O Ministro responsável pelo sector mineiro da República Democrática do Congo disse que o país está a cortejar novos investidores para os seus depósitos de metais importantes de classe mundial, à medida que procura diversificar a propriedade na sua indústria, que é actualmente dominada pela China.
O plano inclui a simplificação dos processos de pagamento de alfândegas e impostos, juntamente com uma parceria com os Emirados Árabes Unidos, disse em entrevista o Ministro das Minas, Kizito Pakabomba.
O país está também a planear renovar uma linha ferroviária que possa ser utilizada para transportar minerais para que as cargas possam ser mais facilmente exportadas a partir do Corredor do Lobito, em Angola, posicionado mais perto dos mercados dos EUA e da Europa, disse.
A RD Congo quer “atrair melhores investidores, mais investidores e investidores diversificados”, disse Pakabomba.
As ambições surgem numa altura em que o país continua a desempenhar um papel fundamental nos mercados internacionais de metais, enquanto se encontra no centro de uma concorrência entre a China, os EUA, a UE e outros países que disputam o acesso a minerais críticos.
A RD Congo ultrapassou recentemente o Peru para se tornar o segundo maior produtor de cobre e é de longe a maior fonte mundial de cobalto. Ambas as mercadorias são fundamentais para a transição energética global.
O governo procura fazer “escolhas estratégicas” sobre quem dirige as minas do Congo, disse o ministro, dando o exemplo deste ano da decisão do Estado de se opor a uma proposta de venda da empresa mineira de cobre e cobalto Chemaf Resources Ltd., apoiada pelo Grupo Trafigura, à chinesa Norin Mining Ltda.
O governo da RD Congo tem vindo a ficar cada vez mais frustrado com a sua falta de influência sobre a sua indústria mineira, especialmente no cobalto, um ingrediente chave em muitas baterias de veículos eléctricos. O país foi responsável por cerca de três quartos da produção global do metal no ano passado, mas um aumento da produção das empresas mineiras do país – especialmente a CMOC Ltd. da China – fez subir os preços para os níveis mais baixos em oito anos.
O governo está a considerar múltiplas opções para ter mais controlo sobre as exportações de cobalto, disse Pakabomba. O Ministro disse ainda que o projecto ferroviário do Corredor do Lobito, em Angola, é uma grande parte da sua estratégia para a indústria.
O governo está a avaliar como melhorar a ligação ferroviária desde o centro mineiro de Kolwezi até à fronteira RD Congo-Angola, que se ligaria então a uma linha terminal no porto de Lobito, no Oceano Atlântico, disse Pakabomba. O Corredor do Lobito “permitir-nos-á diversificar as diferentes rotas de exportação para que não nos dirijamos apenas para Leste”, afirmou.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Congo, Therese Kayikwamba Wagner, também reiterou a opção do seu país pelo Corredor do Lobito, dizendo que o país iria lançar um concurso para reconstruir o lado congolês do caminho de ferro. “Acho que há muitas empresas que já estão a alinhar” com o projeto em mente, disse ela.