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Sábado, Outubro 5, 2024

O Gana inicia a construção de uma refinaria de petróleo, no meio de dúvidas sobre a viabilidade comercial do projeto.

O presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, iniciou a construção de uma refinaria de petróleo com uma capacidade de 300 mil barris por dia, que o governo espera que transforme o país da África Ocidental no centro petrolífero da região, segundo a Reuters. Mas os críticos dizem que o projeto será um fracasso.

O Gana, o segundo maior produtor de cacau do mundo, tornou-se produtor de petróleo em 2010. A produção atual é de cerca de 132.000 bpd de petróleo bruto e cerca de 325 milhões de pés cúbicos padrão por dia de gás natural.

“O projeto promete ser a pedra angular do desenvolvimento da nossa nação”, disse Akufo-Addo na noite de segunda-feira no local do projeto na cidade de Jomoro, no sudoeste do país, que também incluirá fábricas petroquímicas.

A primeira fase do projeto, estimada em 12 mil milhões de dólares, será financiada e construída por um consórcio formado pela Touchstone Capital Group Holdings, UIC Energy Ghana, China Wuhan Engineering Co. e China Construction Third Engineering Bureau Co., de acordo com a Reuters.

No entanto, nem todos estão convencidos do plano. Segundo um escritório de advogados, citado pela Reuters, que representa algumas cooperativas de agricultores afetados “a maneira abrasiva como o governo está procedendo desconsidera preocupações válidas em torno do impacto social e ambiental do projeto, dos meios de subsistência em risco pelo deslocamento de agricultores e das questões não resolvidas de propriedade e direitos à terra da comunidade.”

A viabilidade comercial do projeto não parece estar garantida.

A África Ocidental consome cerca de 800.000 bpd, de acordo com a Associação Africana de Refinadores e Distribuidores, dos quais quase 90% são importados.

Prevê-se que a produção da nova refinaria no Gana, com uma capacidade de processamento de 300.000 bpd, combinada com a capacidade de processamento da refinaria de Dangote, na Nigéria, de cerca de 650.000 bpd, exceda o consumo da África Ocidental em cerca de 150.000 bpd. Isto implicaria não só uma reestruturação completa do mercado de combustíveis da região, mas também a necessidade da região exportar combustível para outros países africanos ou para fora de África.

Além disso, a capacidade de produção da refinaria do Gana é mais do dobro da produção de petróleo de 132.000 bpd do país. O Gana poderá enfrentar o mesmo dilema que a Nigéria entre exportar petróleo para obter divisas ou fornecer petróleo à refinaria que, em qualquer caso, terá ainda de importar petróleo adicional.

Leia mais aqui: Lições da refinaria de Dangote na Nigéria para as aspirações de Angola e outros países africanos de acrescentar valor às suas matérias-primas

Por: Editor Económico
Portal de Angola

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FonteReuters

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