Donald Trump anunciou esta segunda-feira, dia em que se iniciou a convenção republicana no Milwaukee, o candidato a vice-presidente que o acompanhará nas eleições presidenciais de novembro: trata-se de J.D. Vance, senador do estado do Ohio, de 39 anos.
Na sua rede social “Truth Social Network”, citado pela AP, Trump escreveu que depois de “longa deliberação”, e tendo em conta os “tremendos talentos” de muitos outros candidatos, decidiu que a melhor pessoa para assumir a posição de vice-presidente “é o senador J.D. Vance do grande estado do Ohio”.
Trump tinha revelado que reduzira a lista de candidatos a vice-presidente para três: Vance, do Ohio, o senador Marco Rubio, da Florida, e o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum.
Vance será, segundo a AP, o que está ideologicamente mais alinhado com o candidato republicano: aos 39 anos, poderá fornecer a Trump uma base de eleitorado da geração millennial, mas está no senado há menos de dois anos.
O anúncio do nome do vice-presidente foi feito pouco antes de Trump ter recebido votos suficientes na convenção republicana para ser nomeado candidato oficial do partido.
Vance adotou a agenda populista de Trump depois de anos de críticas ao magnata. No senado, tem sido acérrimo defensor do antigo presidente norte-americano e vota em conformidade com as posições de Trump, tendo nomeadamente manifestado oposição ao projeto de lei bloqueado na Câmara dos Representantes que previa mais ajuda à Ucrânia.
É próximo de Donald Trump Jr., investidor em capital de risco, e foi eleito para o Senado em 2022 depois de ter recebido o apoio do próprio Trump.
J.D. Vance é também o autor do livro de memórias “Hillbilly Elegy”, publicado em 2016 e que se tornou um best-seller, tendo sido adaptado ao cinema por Ron Howard com o nome “Lamento de uma América em Ruínas”. O filme estreou-se na Netflix em 2020, com Amy Adams e Glenn Close nos principais papéis.
“Sou um homem Trump-nunca, nunca gostei dele”, disse Vance numa entrevista em 2016, considerando-o um “terrível candidato” a presidente. Mas, desde então, mudou radicalmente de posição e apoiou alguns dos impulsos mais autoritários de Trump, tendo chegado a sugerir que o republicano deveria “purgar” os funcionários do governo se voltasse a ser eleito.
No sábado, Vance respondeu no X à tentativa de homicídio de Trump: “A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que tem de ser parado a qualquer custo”, escreveu. “Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassínio”, acrescentou, ligando implicitamente a tentativa de homicídio de Trump às declarações de Biden.