O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que os programas económicos e financeiros do governo angolano fortaleceram ” a resiliência” da economia do país, prevendo crescimento e queda da inflação ainda este ano.
Mas, avisou, simultaneamente, para uma série de riscos para a economia angolana, incluindo bancos “problemáticos”, cuja situação deve ser resolvida de modo “decisivo”, incluíndo a sua possível “liquidação”.
Numa declaração emitida após uma “consulta de avaliação pós financiamento”, o Fundo disse que os esforços do governo em planos de reformas económicas nas áreas de administração fiscal, mobilização de rendimentos, administração da dívida, política monetária e estabilidade financeira “ajudaram a fortalecer a resiliência da economia angolana”.
O crescimento foi positivo em 2023 quando se registou 0,9 por cento e, diz a declaração, deverá establizar para uma média de 3,2 por cento a médio prazo com a ajuda da agenda das autoridades de continuidade de reformas estruturais e diversificação.
O FMI fez notar que a inflação em Angola tinha “atingido o seu nível mais alto nos últimos anos”, culpando a desvalorização da moeda e problemas de oferta, mas acrescentou que se espera que a inflação comece a cair na segunda metade de 2024.
A dependência de Angola no petróleo e a grande dívida externa continuam a ser riscos para a economia do país, avisou o FMI.
Outros riscos são uma possível queda na produção de petróleo ou uma queda significativa dos seus preços, não cumprimento das reformas de subsídios aos combustíveis e efeitos negativos dos mercado internacionais de capitais.
“O ajustamento fiscal sustentado é necessário para mitigar riscos”, escreve o Fundo no comunicado.
“É crítico racionalizar os gastos a curto prazo e continuar a reforma do subsídio de combustíveis (com fatores mitigantes para apoiar apoio aos vulneráveis e uma estratégia de comunicação proativa)”, acrescentou o FMI para quem, “para garantir a estabilidade fiscal e reduzir risco financeiro contigente, o Banco Nacional de Angola deve preparar a resolução decisiva ou liquidação de bancos problemáticos, protegendo ao mesmo tempo os pequenos depositantes e minimizando os custos aos contribuinte”.
A organização disse ainda que a capacidade de Angola de pagar dívidas ao fundo é “adequada”, embora sujeita a riscos.