A ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote, destacou, este sábado, a necessidade de um maior engajamento das igrejas na contínua promoção da paz e na implementação de programas de resgate dos valores morais.
A governante falava durante as comemorações do centenário da Igreja Adeventista do Sétimo Dia, realizado na Missão do Bongo, na comuna do Lepi, município do Longonjo, corredores da província do Huambo.
Na ocasião, disse ser importante que as instituições religiosas continuem apostar na busca incessante pela harmonia social, com base no respeito à laicidade do Estado, para a construção de uma sociedade justa e democrática.
Dalva Ringote considerou fundamental a participação de todas as forças vivas da sociedade na edificação da dignidade humana, para que, em conjunto com as instituições estatais, seja possível abrir novos desafios para o desenvolvimento sustentável.
Por isso, disse que a igreja deve estar engajada na promoção dos valores morais, para o combate à vandalização do património público, à exploração da mão-de-obra infantil, ao assédio e à violação sexual de menores, assim como a todos os actos agressivos contra a mulher, através de hábitos e ensinamentos positivos.
Recomendou a construção de uma matriz comportamental que defenda os princípios humanos, para a prevenção dos prejuízos dos investimentos, resultantes da destruição dos bens públicos, para além de se desencorajar outros comportamentos anti-sociais a todos níveis.
A ministra de Estado reconheceu o desempenho social da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a qual encorajou a prosseguir com o fomento dos valores éticos e morais, para que haja maior envolvimento das comunidades na defesa da dignidade humana e na preservação da paz.
Reafirmou a relação de compatibilidade positiva existente entre o Estado e as igrejas cristãs legalizadas, sobretudo, na promoção da solidariedade social e no respeito pela diferença religiosa, com foco no fomento do bem-estar das comunidades.
Referiu ser notório o engajamento conjunto na implementação de programas ligados à educação, saúde, protecção social de base, redução da vulnerabilidade nas comunidades e ao aconselhamentos dos cidadãos em conflito com a lei.
A celebração do centenário ficou marcada com a realização de um culto de acção de graças, que juntou perto de 10 mil fiéis.
Sabe-se que o primeiro contacto do movimento Adventista do Sétimo Dia em Angola foi estabelecido em 1922, pelo pastor William Harry Anderson, de nacionalidade norte-americana, que, acompanhado pelo reverendo James Delmar Baker, conseguiram, a 27 de Abril de 1924, a autorização oficial para estabelecer a Missão do Bongo, na província do Huambo, que funcionava através da União Angolana.
À época, era composta pelos campos missionários de Benguela, Bié, Cabinda, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Huíla, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Moxico, Namibe e Zaire.
Reconhecida formalmente pelo Estado angolano através do Decreto Executivo n.º 9/87, de 24 de Janeiro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem, actualmente, quatro mil 626 templos, com um total de dois milhões 600 mil crentes, assegurados espiritualmente por 436 pastores.
Possui 58 instituições de ensino, sendo 40 do nível primário, 13 do ensino secundário e cinco do II ciclo, numa altura em trabalha na construção de um campus universitário na Missão do Bongo, com o objectivo de se tornar numa referência nacional no domínio da formação de quadros. LT/ALH