Ele reagia a estudos da ADRA e da World Vision que indicam que cerca de 90% das mulheres inférteis são alvo de discriminação e estigmatização.
Manuela dos Prazeres, tem 42 dois anos, enfrenta esse drama há vários anos e mostra-se mais triste pela reação de familiares.
“É muito triste o nível de discriminação que sofremos, quanto mais quando vêem do familiares”, afirma.
Sandra de Sousa, cujo sonho de formar família e gerar filhos começa a esmorecer com o passar do tempo: “As pessoas criticam por que és mais velha e não tens filhos, rotulam-nos de ‘mbaca’, isso é o que mais dói, como se fosse opção”, explica.
Os estudos apresentados em 2021 pela organização não governamental ADRA e a World Vision sobre saúde reprodutiva indicavam que entre 10 mulheres com problemas de infertilidade nove sofriam discriminação e estigma.
O professor catedrático em sociologia da universidade Agostinho Neto, Lucas Ngonda, atribui esse estigma a comportamentos de uma geração conservadora.
“Estes problemas decorrem do pensamento tradicional onde os filhos são vistos como riqueza, longe do pensamento de uma sociedade moderna”, afirma.
A psicóloga Marinela Bernardo Mateus avisa que a pressão e isolamento das mulheres inférteis podem conduzir a suicídio.
“As pessoas nesta condição são invadidas por várias perturbações, como depressão que se não for bem tratada pode resvalar em suicídio”, alerta.
Por Norberto Sateco