A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, reiterou, quarta-feira, em Dushanbe, Tajiquistão, o desejo de Angola ver materializada uma visita do Papa Francisco ao país.
O facto foi expresso durante um encontro que manteve com o secretário de Estado do Vaticano, à margem da 3ª Conferência sobre Água para o Desenvolcimento Sustentável, que decorre em Dushanbe.
Em resposta, sem avançar datas, o Cardeal Pietro Parolin disse tratar-se de um pedido do Governo angolano e da população que será transmitido ao Papa Francisco.
Questões como o papel, história e o desempenhado da Igreja Católica em Angola dominaram também o encontro.
Esperança da Costa está no Tajiquistão desde domingo último, onde participa na 3ª Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Década Internacional de Acção “Água para o Desenvolvimento Sustentável” 2018-2028.
Convite para COP 15 no Zimbabwe
No seguimento da sua agenda de trabalho, a Vice-Presidente manteve igualmente um encontro com a secretária-geral da Convenção sobre Zonas Húmidas, Musonda Mumba, que prometeu apoiar Angola na busca de financiamento para o tratamento de questões relacionadas com a gestão integrada das zonas húmidas no país.
Musonda Mumba, que convidou Esperança da Costa a participar na COP 15 sobre Áreas Húmidas de Conservação, a decorrer no Zimbabwe, em Julho de 2025, frisou que vai continuar a trabalhar no sentido de ajudar o país a buscar financiamento através de outros fontes.
“Fiquei muito feliz porque tivemos um encontro em 2023, em Genebra, Suíça, onde tive a oportunidade de conhecer a Fernanda René, uma jovem angolana que tem tratado de questões relacionadas com as zonas de conservação em Angola, e um ano depois, tive a oportunidade de vê-la com um livro que fala sobre os mangais e pássaros do Lobito”, enfatizou.
Afirmou que tudo isso mostra o empenho que Angola tem tido com as áreas húmidas de conservação.
A secretária-geral demonstrou satisfação pelo facto de o país fazer parte da Convenção de Ramsar sobre Zonas Húmidas e aproveitou o momento para felicitar o povo angolano pelo empenho em prol da protecção da natureza, porque quando se fala de zonas húmidas de conservação, fala-se mangais, de montanhas, lagos, rios, de uma série de elementos que acompanham a natureza.
Ressaltou que as zonas húmidas podem ser consideradas zonas de união de várias regiões.
A título de exemplo, explicou que os pássaros que chegam até à zona do Lobito, aos mangais, podem ser oriundos de países diferentes e muito distantes.
“Ao percorrerem essas distâncias e chegarem até Angola, é porque, naturalmente, existem estas áreas bem protegidas e que podem desfrutar delas”, referiu, sublinhando que a mensagem é de que a Convenção vai continuar a trabalhar no sentido de ajudar o país na busca de financiamento para estas zonas húmidas.
A conferência, que entra hoje no terceiro e último dia, aborda questões como a “Água para o clima, resiliência e meio ambiente: fonte para o mar, biodiversidade, clima, resiliência e redução do risco de desastres (DRR)” e “Água para a cooperação: cooperação hídrica transfronteiriça e internacional, cooperação intersectorial, incluindo cooperação científica e água, em toda a Agenda 2030”.
O tema sobre “Década de acção no domínio da água: acelerar a implementação dos objectivos da década, nomeadamente através do Plano de Acção do Secretário-Geral da ONU” fecha a plenária, em que participam Chefes de Estado e de Governo, sociedade civil e sector privado. FMA/ART