Os estudos sobre Angola devem ter em conta o seu aspecto multicultural, pois seguem uma cadência de cultura heterogénea, que desconstrói conceitos prévios do ponto de vista etnográfico, geográfico e linguístico.
A tese foi defendida hoje, segunda-feira, o presidente do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) da Huíla, Helder Bahu, na abertura do Encontro de Estudos Contemporâneos Angolanos que a instituição que dirige realiza, em parceria com o Museu Regional da Huíla, com a Mediateca do Lubango e o Museu Virtual da Lusofonia da Universidade do Minho, em Portugal.
Justificou que na perspectiva de uma cultura compósita, torna-se “essencial” a compreensão do ser angolano na lógica da acentuação dos estudos sobre os mesmos e dos mesmos.
Salientou ser evidente a complexidade da temática em debate e a dimensão metodológica da investigação, especificamente a carência de investigadores e o fraco investimento nessas linhas de pesquisa.
Segundo o Helder Bahu todas essas análises devem ser feitas sem perder de vista uma dimensão interdisciplinar da pesquisa, sendo que a jornada converge com o ditado do retorno às origens.
O evento tem o objectivo de desenvolver debates interdisciplinares, metodológicos e estudos sobre Angola, no contexto da África Austral e do Mundo, cujas abordagens conta com a participação de professores catedráticos de Angola e da Universidade do Minho, assim como de estudantes de ciências sociais.
Durante dois dias do encontro de Estudos Contemporâneos Angolanos vão abordar temas sobre “As memórias traumáticas dos conflitos políticos angolanos”,“a invisibilidade e a visibilidade e representações sociais da história”, “O policiamento plural e a relação entre formas de autoridades locais estatais e não estatais ao nível local de Luanda”.
O ISCED-Huíla descende do pólo de licenciaturas da Universidade Agostinho Neto (UAN) no Lubango, criado pelo decreto nº 95/80, do Conselho de Ministros, em 30 de Agosto de 1980, sendo a mais antiga experiência do tipo.
Hoje conta com cinco mil estudantes distribuídos em 13 cursos de graduação, com realce para integração da graduação em Educação em Ensino da Infância e em Ensino Primário, cujas aulas são ministradas por cem professores e os trabalhos administrativos assegurados por 78 funcionários técnicos. BP/MS