O ministro angolano da Cultura, Filipe Zau, exortou as igrejas, este domingo, na vila de Catete, a continuar a ser parceiras do Estado, em prol da unidade nacional, do desenvolvimento e do bem-estar social para todos.
O ministro falava durante o culto da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo (Tocoísta), que marcou o encerramento da peregrinação ao Santuário de Catete, iniciada a 17 de Abril corrente.
A romaria visou interceder pela paz no mundo, em especial pela estabilidade política na República Democrática do Congo (RDC), assim como comemorar os 89 anos da teofania a Simão Gonçalves Toco, profeta fundador do tocoísmo.
De acordo com Filipe Zau, a paz, o Estado de Direito democrático, os direitos humanos e a justiça social constituem valores inalienáveis de uma democracia participativa, representativa, em que o papel cultural da religiosidade e do civismo, da deontologia e da ética, se inserem no âmbito do exercício de cidadania.
Para tal, disse, contribuem os parceiros do Estado, com papel especialmente relevante para as igrejas, “que garantem os valores (de) que a sociedade necessita, para que os cidadãos possam relacionar-se de forma adequada, em contexto de fraternidade e solidariedade permanente”.
Durante a sua intervenção, o governante fez uma incursão, sobre as vicissitudes por que passaram os angolanos, em consequência do conflito armado, desde o pós-independência à assinatura do acordo de paz, em 2002.
Das consequências nefastas da guerra, destacou o débil funcionamento do sistema de saúde, a exiguidade de quadros deste sector e do da educação, assim como a taxa (elevada) de mortalidade.
Segundo Filipe Zau, naquela altura (anos 80), por causa dos conflitos, Angola chegou a fazer parte da lista dos países com os mais baixos indicadores de saúde do mundo, chegando o Governo a gastar mais em material bélico em detrimento da melhoria das condições sociais.
A peregrinação ao Santuário de Catete é anual e, nesta edição 2024, decorreu sob o lema “Celebremos a teofania com oração a Deus a favor da paz no Mundo e da estabilidade na RDC”.AJQ