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Sábado, Novembro 23, 2024

Julgamento de Manuel Chang nos EUA marcado para 29 de julho em Brooklin

Antigo ministro das Finanças de Moçambique refuta acusações de ter feito do esquema que defraudou investidores norte-americanos e resposabiliza o Presidente Filipe Nyusi.

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FONTE:VOA

O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, começa a ser julgado no dia 29 de julho, em Brooklin, Nova Iorque.

Em causa o seu envolvimento no chamado escândalo das “dívidas ocultas”, que lesou o Estado moçambicano em mais de dois mil milhões de dólares.

Uma nota do Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique, que tem seguido o caso de perto, avança com a data, marcada depois de numa audiência premilinar no dia passado dia 25, o juiz do caso, Nicholas G. Garaufis, decidiu que o Governo pode fazer buscas no telemóvel de Chang, que foi confiscado pelas autoridades sul-africanas em 2018, averbando a primeira grande derrota à defesa do antigo governante nos Estados Unidos.

O Governo norte-americano, através do Departamento de Justiça (DOJ), apresentou uma nova acusação contra Manuel Chang (a quem também designa “Pantero” e “Chopstick).

O documento de 24 páginas é designado Acusação de Substituição (Superseding Indictment) e não inclui outros réus do caso.

Manuel Chang nega todas as acusações e aponta o Presidente da República Filipe Nyusi como o principal responsável pela contratação das dívidas ocultas.

O Governo dos EUA defende que o projecto do Sistema Integrado de Monitoria e Protecção (SIMP) do espaço marítimo moçambicano, que deu a origem às dívidas ocultas, não foi pensado pelo Governo moçambicano nem concebido para proteger o espaço marítimo de Moçambique.

A acusação diz que é um projecto de “fachada criado pelos réus e co-conspiradores para ganhar dinheiro”.

“Na realidade, os projetos marítimos Proindicus, EMATUM e MAM foram usados pelo arguido Manuel Chang e os seus co-conspiradores para desviar partes do produto do empréstimo a fim de pagar milhões em subornos e comissões a si próprios, a outros funcionários do Governo moçambicano e a banqueiros”, lê-se na acusação citada na nota do CIP.

O antigo ministro é apontado como tendo feito parte do esquema que defraudou investidores norte-americanos e “serviu-se do sistema financeiro norte-americano para ganhar dinheiro de subornos e comissões e ainda fez a lavagem do dinheiro do crime praticado, usando, igualmente, o sistema financeiro dos EUA”.

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