O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, afirmou-se convencido de que o povo namibiano saberá transformar a dor e tristeza pela perda do seu Presidente, em energia para se dedicar, com vigor, à construção da sua nação.
João Lourenço espera que os namibianos saberão dedicar-se à construção da Nação, forte, resiliente e exemplar em termos de estabilidade, segurança e paz, que o Presidente Hage Geingob tinha no seu projecto de Nação.
O Presidente angolano falava no Independence Stadium, em Windhoek, na cerimónia fúnebre de Estado, pelo passamento físico de Hage Geingob, a 4 de Fevereiro, vítima de cancro.
“Cabe-me, na qualidade de Presidente da República de Angola e em exercício da SADC, a dolorosa responsabilidade de render homenagem nesta cerimónia profundamente triste, em que nos despedimos para a eternidade do nosso irmão, amigo, camarada e companheiro de luta, o Presidente Hage Geingob”, disse João Lourenço.
Para o estadista, o falecido Presidente da Namíbia era uma figura incontornável do processo de libertação de África, um intrépido defensor da liberdade, da democracia e da dignidade dos povos africanos e namibiano em particular, pelo qual dedicou grande parte da sua vida.
“Em nome dos líderes e dos povos da SADC e dos nossos parceiros, gostaria de dizer que o legado deixado pelo nosso camarada de quem hoje nos despedimos deve ser preservado e servir como referência para a concretização dos grandes objectivos da SADC e de África, como forma de homenagearmos esta grande figura africana da nossa história contemporânea”, sublinhou.
João Lourenço destacou o papel activo e impulsionador que Hage Geingob desempenhou, enquanto Presidente em exercício da SADC em 2018, durante a qual liderou a agenda de industrialização regional.
Segundo o Chefe de Estado angolano, Gueingob promoveu o desenvolvimento de infra-estruturas regionais, a capacitação dos jovens e o desenvolvimento sustentável da região, no âmbito do cumprimento dos objectivos a que a sua presidência se propôs alcançar.
Realçou ainda o papel que o estadista namibiano exerceu na defesa da paz, da estabilidade e da segurança da região, “premissas fundamentais para o desenvolvimento económico e social da nossa sub-região”.
“Os feitos do Presidente Hage Geingob são de tal dimensão e de tão grande amplitude que não conseguiríamos descrever em breves palavras o modo como se dedicou e se entregou à causa da construção do progresso e do desenvolvimento da sua nação, da África Austral e do continente africano no geral”, afirmou.
Em relação aos dois países, João Lourenço referiu que ao longo dos anos da luta comum contra o regime do Apartheid da África do Sul, Angola e Namíbia estabeleceram inquebrantáveis e duradouros laços de amizade, irmandade e de cooperação que orgulham os mesmos.
“A dor do povo namibiano é nossa dor e, por esta razão, estamos presentes para partilhar esta dor e dizer que em momentos difíceis como este, podem contar sempre com a nossa solidariedade”, frisou o Chefe de Estado.
À viúva do malogrado, aos filhos, a toda família enlutada, ao povo e ao Governo namibiano, em nome delo Executivo angolano e no da SADC, o Presidente João Lourenço apresentou os “mais profundos sentimentos de pesar”.
João Lourenço foi o primeiro dos Chefes de Estado a intervir na cerimónia, de uma lista que incluiu os seus homólogos do Botswana, Burundi, Etiópia, Alemanha, Malawi, Moçambique, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Domingo está reservado ao funeral de Hage Geingob, no Heroes’ Acre, entre as 10h00 e as 12h00, sendo os portões abertos ao público às 06h00. ADR/VIC