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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

África domina a lista das 20 economias com o crescimento mais rápido do mundo em 2024, diz o relatório macroeconómico do BAD

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África terá onze das 20 economias de crescimento mais rápido do mundo em 2024, afirmou o Banco Africano de Desenvolvimento no seu mais recente relatório sobre o Desempenho e Perspetivas Macroeconómicas Africanas (MEO) do continente, publicado na sexta-feira.

Globalmente, o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do continente deverá atingir uma média de 3,8% e 4,2% em 2024 e 2025, respetivamente. Este valor é superior às médias globais previstas de 2,9% e 3,2%, segundo o relatório.

De acordo com o relatório do Banco Africano de Desenvolvimento, o PIB em Angola deverá registar um crescimento de 2,9% em 2024 inferior à média de 3,8% do continente

O continente deverá continuar a ser a região com o crescimento mais rápido, a seguir à Ásia.

Os 11 principais países africanos que deverão registar um forte desempenho económico são o Níger (11,2%), o Senegal (8,2%), a Líbia (7,9%), o Ruanda (7,2%), a Costa do Marfim (6,8%), a Etiópia (6,7%), o Benim (6,4%), o Djibuti (6,2%), a Tanzânia (6,1%), o Togo (6%) e o Uganda (6%).

“Apesar do ambiente económico global e regional difícil, 15 países africanos registaram uma expansão da produção superior a 5%”, afirmou o Presidente do Grupo Banco, Dr. Akinwumi Adesina, apelando a maiores fontes de financiamento e a várias intervenções políticas para impulsionar ainda mais o crescimento de África.

O Presidente Adesina sublinhou que os défices orçamentais melhoraram, uma vez que a recuperação mais rápida do que o previsto da pandemia ajudou a aumentar as receitas.

Adesina explicou ainda: “Isto levou a uma estabilização do défice orçamental médio em 4,9% em 2023, tal como em 2022, mas significativamente inferior ao défice orçamental médio de 6,9% de 2020. A estabilização também se deve às medidas de consolidação orçamental, especialmente em países com riscos elevados de sobre-endividamento”.

Ao apresentar as principais conclusões do relatório, o Economista-Chefe e Vice-Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Prof. Kevin Urama, afirmou: “O crescimento nas economias africanas com melhor desempenho beneficiou de uma série de fatores, incluindo a diminuição da dependência das matérias-primas, através da diversificação económica, o aumento do investimento estratégico em sectores-chave de crescimento e o aumento do consumo público e privado, bem como a evolução positiva nos principais mercados de exportação”.

“O futuro de África assenta na integração económica. As nossas pequenas economias não são competitivas no mercado mundial. Um mercado de comércio interno africano saudável pode garantir o valor acrescentado e a produção intra-africana de produtos manufaturados”, afirmou o Comissário para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais da Comissão da União Africana, Embaixador Albert Muchanga.

Jeffrey Sachs, Diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, referiu que o financiamento a longo prazo a preços acessíveis deve fazer parte da estratégia africana para atingir um crescimento de 7% ou mais por ano e alertou para o facto de África estar a pagar um prémio de risco muito elevado pelo financiamento da dívida. Apelou a que esta questão fosse colocada ao G20.

Sachs, que é também o representante do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, apelou também a um Banco Africano de Desenvolvimento muito maior, com mais recursos para satisfazer as necessidades de financiamento de África.

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