Um acordo para transportar minerais foi assinado ontem, na África do Sul, entre as empresas Trafigura e Kamoa-Kakula, com a LAR – Lobito Atlantic Railway, a empresa que gere a operação do Corredor do Lobito.
De acordo com uma nota de imprensa, enviada à ANGOP, o acordo marca os primeiros compromissos comerciais de longo prazo com o Corredor do Lobito, uma nova rota comercial de importação e exportação entre o Cinturão de Cobre Africano e a costa atlântica de Angola.
O presidente Executivo da Trafigura, Jeremy Weir, espera que outros clientes se juntem à Ivanhoe Mines e à Trafigura nos próximos meses.
“Estamos satisfeitos por sermos um dos primeiros clientes a assinar um contrato de longo prazo com a LAR, para utilizarmos os serviços que disponibiliza no Corredor do Lobito”, reforçou.
Já o fundador e co-presidente executivo da Ivanhoe Mines, Robert Friedland, considerou árduo o trabalho do consórcio, responsável pela gestão do Corredor do Lobito e o da Trafigura, que têm trabalhado intensamente com os seus parceiros na República Democrática do Congo e em Angola, para construírem uma nova cadeia de abastecimento que está a tornar-se rapidamente uma das rotas comerciais mais importantes para o transporte do cobre metálico, mineral que é vital para todo o mundo.
Prevê-se que o Corredor do Lobito atinja uma capacidade de exportação anual de um milhão de toneladas por ano, antes do final desta década. A alocação de capacidade de exportação da Trafigura, através da LAR será de até 450.000 toneladas por ano a partir de 2025.
Além disso, ao complexo de cobre Kamoa-Kakula, uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining, foi atribuída uma capacidade mínima entre 120.000 a 240.000 toneladas, por ano, de produtos de cobre – blister-ânodo ou concentrado, a partir de 2025, com um compromisso inicial de 10.000 toneladas a serem transportadas em 2024, à medida que o Corredor do Lobito vá incrementando a sua operacionalidade.
Em 2022, o consórcio Lobito Atlantic Railway, constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, obteve a concessão por 30 anos para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito e do Terminal Mineiro do Porto do Lobito. A linha, quando completamente modernizada, proporcionará uma rota mais eficiente e com menor emissão de teor de carbono para o mercado de cobre, cobalto e outros metais cruciais para a transição energética e vai operar de forma comercialmente aberta com todo o mercado.
O projecto de reabilitação do Corredor do Lobito beneficia do apoio dos Governos de Angola, RDC, Zâmbia e da Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do Governo dos EUA e o Global Gateway da União Europeia.
O investimento vai permitir a renovação de troços da linha férrea e infra-estruturas associadas, além de garantir mais a aquisição de mais 1.500 vagões e 35 locomotivas.HM/AC