Milhares de portugueses voltaram a sair às ruas no último sábado para gritar pelo direito à habitação. Foi o terceiro protesto organizado pela plataforma “Casa Para Viver” no espaço de um ano.
Os clamores ouviram-se em 19 cidades portuguesas. Só em Lisboa estiveram mais de 30 mil pessoas. Por alguns dos principais pontos da capital, incluindo o Terreiro do Paço, onde a marcha terminou, os manifestantes exigiram o prolongamento dos contratos, a descida dos preços das rendas através da regulação, a revogação dos despejos e a redução das taxas de juro.
Presentes no protesto estiveram várias forças políticas, incluindo o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Comunista Português (PCP), o PAN e o Livre. “É possível baixar o preço das casas. Há tantos países que têm medidas para controlar as rendas. Por que é que Portugal não tem?”, questionou Mariana Mortágua, líder do BE.
Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, pediu “um grande programa nacional, que tenha como referência pelo menos 1% do PIB para investimento em habitação pública”.
No Porto, cerca de cinco mil pessoas levantaram bandeiras, faixas e cartazes com as mesmas reivindicações. Percorreram as ruas de Santa Catarina para deixar claro que “o Porto está na luta”. Foram audíveis palavras de ordem como “Abril exige casa para viver” ou “estamos fartos de escolher pagar a renda ou comer”.
Além de Lisboa e Porto, houve manifestações em Albufeira, Aveiro, Beja, Benavente, Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Faro, Funchal, Lagos, Leiria, Portalegre, Portimão, Setúbal, Sines e Viseu.