25.2 C
Loanda
Sexta-feira, Novembro 22, 2024

EUA: Exportações de GNL expõem divergências na Casa Branca entre os interesses económicos e a transição energética

PARTILHAR
FONTE:Bloomberg

Os principais conselheiros do presidente dos EUA, Joe Biden, estão divididos sobre até que ponto aumentar o escrutínio ambiental das licenças para transportar gás natural liquefeito (GNL) para o estrangeiro, já que empresas e grupos industriais alertam que isso poderá retardar o desenvolvimento de novos terminais de exportação.

Funcionários do governo que apoiam uma abordagem mais dura argumentam que isso é importante tanto do ponto de vista climático quanto político, e estão preocupados com o fato de os EUA já terem autorizado o fluxo de muito gás natural para o exterior.

Biden já alienou alguns eleitores jovens preocupados com o clima com a aprovação de novos projetos de GNL. O eleitorado mais jovem passou a ver os projetos multibilionários de exportação de gás natural liquefeito como um teste ao compromisso do presidente na luta contra as alterações climáticas.

Mesmo assim, a questão é complexa — atravessa uma miríade de interesses geopolíticos, nacionais e outros. Biden prometeu fornecer mais gás natural à Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os EUA são agora o maior exportador de GNL do mundo e qualquer mudança na política poderia ter consequências de longo alcance para a indústria. Os consultores levantaram preocupações sobre o risco económico.

O aumento do escrutínio climático poderia colocar em risco bilhões de dólares em novos projetos de exportação que aguardam a aprovação do Departamento de Energia.

No geral, os principais conselheiros estão amplamente alinhados quanto à necessidade de fazer mudanças – especialmente depois de os EUA e quase 200 outras nações se terem comprometido em dezembro na COP28 a abandonar os combustíveis fósseis. As linhas de falha dizem respeito ao quão agressivo deve ser. Aqueles que pressionam por medidas menos drásticas invocaram a invasão da Ucrânia pela Rússia, ao mesmo tempo que defendem a adopção de uma abordagem que resolva a questão climática e preserve um recurso económico dos EUA.

Um memorando de decisão presidencial sobre o assunto é esperado nas próximas semanas. Uma opção poderia ser uma regulamentação formal do Departamento de Energia que poderia exigir uma revisão ambiental federal robusta dos projectos de exportação de GNL e das suas potenciais emissões de gases com efeito de estufa ao longo do ciclo de vida.

A perspetiva desencadeou uma onda de lobby, à medida que as empresas de gás e gasodutos alertam a Casa Branca de que uma pausa nas aprovações de exportação de GNL prejudicaria os benefícios climáticos da utilização do gás natural americano para substituir o carvão em centrais elétricas em todo o mundo.

Mesmo sem regulamentação formal, uma revisão poderia ser usada para justificar uma pausa na tomada de decisões sobre as aplicações existentes de exportação de GNL – potencialmente até depois das eleições presidenciais de 5 de novembro.

Os ambientalistas alertaram contra a expansão de novas infra-estruturas de gás natural que, segundo eles, prolongarão durante décadas a utilização desse combustível fóssil, que queima de forma mais limpa do que o carvão, mas que, no entanto, contribui para as alterações climáticas.

Por Editor Económico
Portal de Angola

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Como poderão as relações da África com a China e os EUA evoluir na era Trump?

À medida que chegam notícias sobre as escolhas do gabinete do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, muitos estão...

O Brasil caminha na corda bamba entre a iniciativa Cinturão e Rota da China, o G20 e os Estados Unidos

No Brasil, a política externa parece ser uma dança delicada nos dias de hoje, com a administração do Presidente...

Projecto Angola LNG de 12 mil milhões de dólares planeia expansão à medida que aumenta a procura de gás

Os fornecimentos adicionais esperados de gás natural durante o próximo ano levaram o consórcio que opera o projecto Angola...

Estados Unidos na antessala de uma nova era Trump

Seus adversários pediam para que os eleitores virassem a página, mas será Donald Trump quem escreverá o próximo capítulo...