O ataque à rede TC Televisión em Guayaquil, a maior cidade do Equador, foi captado pela própria estação antes de a transmissão em direto ser cortada cerca de 15 minutos após o ataque.
Por volta das 14 horas, hora local, indivíduos mascarados invadiram a sede da emissora, gritando que tinham bombas. Ouviram-se sons que pareciam ser de tiros e circularam imagens nas redes sociais que mostravam jornalistas agachados no chão do estúdio.
A invasão ocorreu um dia depois de o presidente Daniel Noboa ter declarado o estado de emergência por 60 dias, devido ao sequestro de pelo menos sete polícias por membros de gangues e à fuga de um líder de gangue da prisão.
Adolfo Macías, chefe de uma quadrilha conhecida como Los Choneros, desapareceu no domingo de uma prisão de segurança máxima.
No caso da TC Televisión, a polícia foi deslocada para o estúdio e efectuou cerca de uma dúzia de detenções, de acordo com o canal de notícias Teleamazonas. Acredita-se que pelo menos dois suspeitos tenham fugido, disse o grupo de mídia.
Imagens partilhadas pela polícia nas redes sociais mostram vários suspeitos algemados e de bruços no chão do estúdio.
César Ricaurte, diretor executivo do grupo de liberdade de imprensa Fundamedios, disse à VOA que pelo menos uma pessoa terá ficado gravemente ferida.
Embora a transmissão de imagens da estação tenha sido cortada logo no início do ataque, o áudio ainda podia ser ouvido.
“Era possível ouvir o áudio …. de tiros, gritos dos trabalhadores. Após cerca de 30 minutos, membros da polícia e das forças armadas entraram e tentaram tomar o controlo do canal”, disse Ricaurte.
As autoridades equatorianas confirmaram a ocorrência de uma série de ataques em todo o país, incluindo explosões e o sequestro de vários policias.
Ricaurte disse à VOA que houve pedidos para reforçar a segurança dos grupos de comunicação, mas acrescentou que não tinha conhecimento de nenhuma “ameaça explícita e concreta”.
Nas redes sociais, a Fundamedios condenou a invasão e apelou aos jornalistas do país para tomarem medidas de segurança.
Os meios de comunicação social devem tentar “não se expor desnecessariamente e agir da forma mais responsável possível na divulgação de informações sobre a situação crítica de segurança no nosso país”, afirmou uma declaração do grupo no X.