O embaixador da Argélia no Mali regressou a Bamako, mais de duas semanas depois de ter sido chamado de regresso a Argel devido ao aumento das tensões diplomáticas entre os dois países vizinhos.
Os diplomatas de ambos países foram chamados de volta pelos seus respetivos Governos a 22 de dezembro, dois dias depois de o embaixador argelino em Bamako ter sido convocado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali por alegados “atos hostis” e “interferência” de Argel nos “assuntos internos” do Mali.
Em particular, a Junta Militar do Mali acusou o diplomata argelino de realizar reuniões com separatistas tuaregues sem envolver Bamako.
O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, recebeu em Argel uma importante figura religiosa e política do Mali, o imam Mahmoud Dicko, um dos poucos que ousaram expressar abertamente as suas divergências com os militares no poder desde 2020.
A Argélia é o principal mediador nos esforços para devolver a paz ao norte do Mali, na sequência de um acordo assinado em 2015 entre o Governo do Mali e grupos armados predominantemente tuaregues.
Os combates entre os separatistas e as tropas do Governo do Mali eclodiram novamente em Agosto, após oito anos de calma, enquanto ambos os lados lutam para preencher o vazio deixado pela retirada das forças de manutenção da paz das Nações Unidas, determinada pela Junta Militar.