“Por razões que conhece bem, este momento acontece dois anos mais cedo do que era previsto”, começou por dizer António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa na tradicional ida a Belém para desejar um bom Natal. “É não só um momento de votos de boas festas, mas também de despedida, visto que é o último Natal que passamos em conjunto nestas nossas funções de Presidente da República e de primeiro-ministro.”
Isto num discurso em que o chefe do Governo deixou bem claro que espera que o mandato do Presidente da República vá até ao fim, coisa que o primeiro-ministro não conseguiu, depois de se ter demitido na sequência da Operação Influencer.
Dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, sempre com um sorriso, António Costa lembrou que o chefe de Estado “nunca experimentou presidir com outro primeiro-ministro, eu já tive oportunidade de ser primeiro-ministro com outro Presidente da República, e há uma coisa que lhe posso assegurar: é que nos habituamos.” E concluiu: “Penso que vai correr bem.”
Olhando para os oito anos de governação, António Costa admitiu que “foram muito exigentes”. “Felizmente já mal nos lembramos de algumas das apoquentações que tínhamos há oito anos”, disse, referindo-se aos problemas financeiros e económicos que o país então vivia. “Vencemos momentos difíceis como a pandemia e os incêndios de 2017. E vivemos também momentos felizes, porventura irrepetíveis: a eleição do secretário de estado das Nações Unidas, no próximo verão teremos oportunidade de sermos novamente campeões europeus de futebol.”