No âmbito da COP28, 50 empresas, públicas e privadas, representando mais de 40 por cento da produção global de petróleo, assinaram a Carta de Descarbonização do Petróleo e Gás (Oil and Gas Decarbonization Charter – OGDC), comprometendo-se a zero emissões de metano e a acabar com a queima de rotina até 2030, e a totalizar operações líquidas zero até 2050 o mais tardar. O OGDC é um passo importante para que a indústria petrolífera aumente as ações alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris.
Os signatários da Carta concordam em direcionar uma série de ações-chave, incluindo:
– Investir no sistema energético do futuro, incluindo energias renováveis, combustíveis de baixo carbono e tecnologias de emissões negativas.
– Aumentar a transparência, incluindo melhorar a medição, a monitorização, a comunicação e a verificação independente das emissões de GEE e do seu desempenho e progresso na redução das emissões.
– Aumentar o alinhamento com as melhores práticas mais amplas da indústria para acelerar a descarbonização das operações e aspirar a implementar as melhores práticas atuais até 2030 para reduzir coletivamente a intensidade das emissões.
– Reduzir a pobreza energética e fornecer energia segura e acessível para apoiar o desenvolvimento de todas as economias.
Refira-se que o programa foi lançado com a colaboração de organizações cuja reputação na acção climática é sólida, como a Agência Internacional de Energia, o Fundo de Defesa Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, o Observatório Internacional de Emissões de Metano e o RMI, com apoio da Bloomberg Philanthropies.
Apesar disso, mais de 300 organizações climáticas de todo o mundo publicaram uma carta criticando fortemente a iniciativa da indústria petrolífera. As organizações apelaram à presidência da COP28 para abandonar a iniciativa e, em vez disso, concentrar-se em garantir um pacote juridicamente vinculativo para eliminar gradualmente todos os combustíveis fósseis.
A monotorização da Carta de Descarbonização do Petróleo e Gás será apoiada por uma iniciativa de transparência e responsabilização com pelo menos 40 milhões de dólares de apoio.
Os dados do programa — incluindo a vigilância do satélite MethaneSAT com lançamento previsto no próximo ano — destinam-se a armar governos, compradores de gás e o público com informações sobre emissões que podem ser usadas para responsabilizar as empresas.
Os colaboradores da Carta estimam que, se os objetivos forem totalmente implementados, os compromissos das empresas petrolíferas ao abrigo da Carta teriam aproximadamente o mesmo impacto no aumento da temperatura global em 2050 que a interrupção imediata das emissões de todos os automóveis que circulam atualmente.
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Signatários da Carta de Descarbonização de Petróleo e Gás:
Empreas Publicas: ADNOC, Bapco Energies, Ecopetrol, EGAS, Equinor, GOGC, INPEX Corporation, KazMunaiGas, Mari Petroleum, Namcor, National Oil Company of Libya, Nilepet, NNPC, OGDC, ONGC, Pakistan Petroleum Limited (PPL), Pertamina, Petoro, Petrobras, Petroleum Development Oman, Petronas, PTTEP, Saudi Aramco, SNOC, SOCAR, Sonangol, Uzbekneftegaz, ZhenHua Oil, YPF.
Empresas Privadas: Azule Energy, BP, Cepsa, COSMO Energy, Crescent Petroleum, Dolphin Energy Limited, Energean Oil & Gas, Eni, EQT Corporation, Exxonmobil, ITOCHU, LUKOIL, Mitsui & Co, Oando plc, Occidental Petroleum, OMV, Puma Energy (Trafigura), Repsol, Shell, TotalEnergies, Woodside Energy Group