Angola, o segundo maior produtor de petróleo de África, não tem planos de abandonar a OPEP+, disse um responsável, na sequência de uma disputa mais ampla sobre as quotas de produção que atrasou a reunião do grupo.
“Não há discussões nessa direcção”, disse o representante de Angola na OPEP Estevão Pedro, referindo-se a possibilidade de Angola deixar a OPEP, por telefone na quinta-feira, segundo a agência de notícias Bloomberg.
A OPEP+ adiou a reunião para 30 de novembro, para poder chegar a um acordo sobre os limites de produção para 2024. Os delegados dizem que é necessário mais tempo depois que metas mais baixas para algumas nações africanas foram delineadas por países mais poderosos, levantando especulações de que Angola poderia abandonar o cartel.
A ausência de um acordo da OPEP+ sobre a produção para o próximo ano deixaria os mercados petrolíferos mundiais numa posição precária, com os preços do petróleo a cair cerca de 16% em relação ao pico de setembro, à medida que o crescimento da procura abranda.
A disputa envolvendo membros africanos traz à tona um desentendimento de junho, quando Angola, Congo e Nigéria foram pressionados pelo ministro saudita de Energia a aceitar metas de produção reduzidas para 2024 que reflectissem as suas capacidades diminuídas.
Os exportadores do continente têm lutado nos últimos anos com subinvestimento, interrupções operacionais e campos petrolíferos envelhecidos.
A disputa de Angola com a OPEP pode ser “difícil de superar”, à medida que o país resiste à redução da cota de produção.
A produção de petróleo em Angola registou uma ligeira recuperação este ano, mas tem ficado consistentemente aquém da meta para o próximo ano. Com 1,17 milhões de barris por dia em outubro, eram 110 mil barris por dia abaixo da sua quota para 2024, de acordo com dados do secretariado da OPEP com sede em Viena.