O presidente do partido de Salvação Nacional de Angola (PNSA), Sikonda Lolendo Alexandre, anunciou que o seu partido poderá abandonar a coligação CASA-CE, pondo em perigo a existência da coligação que chegou a ser a tereira maior força política no Parlamento.
Mas um dirigente da agremiação disse à Voz da América que, para além do Bloco Democrático, nenhuma outra organização abandonou a CASA-CE que se está a revigorar.
Caso se confirme, este é um sinal da queda de apoio à coligação que não conseguiu eleger um único deputado nas últimas eleições, depois do Bloco Democrático se ter juntado à iniciativa da UNITA, Frente Patriótica Unida, juntamente com Abel Chivukuvuku, que havia sido afastado da CASA-CE no que muitos analistas políticos consideram o início da queda da coligação que vive com elevadas dívidas financeiras.
O presidente do PNSA diz que a CASA-CE é como alguém que “anda de muleta” e diz que “está tudo bem quando sabe que está doente”.
“Se continuar da maneira que está não terá futuro, quer dizer que está mergulhado num caminho para seu desaparecimento, não podemos continuar a depender da CASA-CE e a nossa visão é ir às eleições de forma isolada”, acrescenta.
Makuta Nkondo, antigo deputado da coligação, explica que os atuais dirigentes da CASA-CE “não representam nada, cada partido aí só tem nome no papel e eles não têm base de militantes”.
Alexandre Sebastião André, primeiro vice-presidente da CASA-CE, rejeita a suposta desistência de partidos políticos e diz que formalmente apenas o Bloco Democrático abandonou a coligação.
“Problema sempre há, com toda certeza formalmente ninguém ainda saiu da CASA-CE e se for o caso no momento próprio vamos apresentar uma declaração para a nação sobre o estado da CASA-CE”, afirma André, reiterando que “até agora não há sinal de se dissolver a CASA-CE”.
O analista politico David Sangundo alerta que por falta da imagem de um líder para CASA-CE dificilmente a organização venha a sobreviver.
“Estes partidos políticos infelizmente não trabalham, não têm uma capacidade interna de mobilização e não têm expressão a nível de espectro político nacional”, diz Sagundo, para quem Manuel Fernandes devia se demitir da liderança da coligação que devia procurar uma figura mais consensual”.
“Podia ser o regresso de Abel Chivukukvuku”, propõe.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) é integrada pelo Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), Partido de Apoio para Democracia e Desenvolvimento de Angola – Aliança Patriótica (PADDA-AP), Partido Pacífico Angolano (PPA), Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA) e PDP-ANA
Na sua fundação, a coligação teve a participação de figuras tradicionalmente ligadas ao MPLA, como o general na reforma, André Mendes de Carvalho, e o jurista Lindo Bernardo Tito, então dirigente do Partido de Renovação Social (PRS), e vários antigos membros da UNITA.