O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, obteve esta quinta-feira o apoio do partido do independentista catalão Carles Puigdemont, essencial para a sua reeleição, em troca de uma polémica lei de amnistia que está a aumentar as tensões no país.
Após semanas de intensas negociações, o Partido Socialista de Sánchez e o partido Juntos pela Catalunha (Junts per Catalunya) de Puigdemont, assinaram um acordo na manhã desta quinta-feira em Bruxelas, onde o separatista se tinha refugiado para escapar ao processo judicial movido contra si, após a fracassada tentativa de secessão da Catalunha em 2017.
Esse acordo que permitirá a Pedro Sánchez manter-se no poder em troca de uma amnistia aos separatistas catalães, é bastante controverso e contestado por certas franjas da cena politica espanhola.
Segundo Santos Cerdan, do Partido Socialista Espanhol (PSOE), numa conferência de imprensa em Bruxelas, a 9 de novembro de 2023, onde também participou o líder separatista catalão Carles Puigdemont, o acordo tem como objetivo “dar estabilidade à legislatura de quatro anos”.
Graças a esse acordo, os sete deputados do Junts, cujos votos são decisivos num parlamento altamente fragmentado, irão votar para a reeleição do socialista, contra quem opunham nos últimos anos uma oposição frontal.
O debate e a votação para a nomeação de Pedro Sánchez deverão ter lugar na próxima semana, duas semanas antes de 27 de Novembro – data limite, o que subentende a convocação para novas eleições.
Em troca do apoio dos independentistas catalães, Pedro Sánchez aceitou a exigência de Puigdemont quanto a uma lei de amnistia para os líderes e activistas catalães actualmente processados pelo seu envolvimento na tentativa de secessão de 2017, numa das piores crises políticas ocorridas na Espanha contemporânea.