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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Filme “maldito” com Amália Rodrigues é restaurado e mostrado em França

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O Festival Lumiére, em Lyon, o mais importante festival dedicado ao património do cinema decorre até ao dia 22 de outubro e nesta edição, o segmento Tesouros e Curiosidades, conta com o filme “As Ilhas Encantadas”, de 1965, da autoria do realizador luso-francês Carlos Vilardebó.

Nesta longa-metragem, a única de Vilardebó, participam actores franceses como Pierre Clémenti, conhecido pelo seu papel no filme “O Leopardo”, ou Pierre Vaneck, assim como Amália Rodrigues, num papel muito diferente daquele que a fadista interpretava no cinema português tradicional, o que inquietou a crítica em terras lusas e acabou por selar o destino do filme.

“É um filme que durante muitos anos foi considerado maldito, foi muito mal recebido na altura da estreia em Portugal, apesar de que em França ter havido críticas que elogiam o dasassombro de Carlos Vilardebó e não sublinham a figura da Amália fixada na ideia da fadista, coisa que a críticas em Portugal apontavam. Foi um falhanço de bilheiteira porque ia ao arrepio de tudo aquilo que era um cinema novo que estava a ser desafiante para o regime porque era um filme de época, com a maior estrela da altura, que de maneira nenhuma se comportava”, explicou Tiago Bartolomeu Costa, coordenador do programa FilMAR, da Cinemateca Portuguesa, responsável pelo restauro deste filme.

Uma cópia recuperada pela Cinemateca Portuguesa faz parte das 450 sessões de cinema espalhadas um pouco por toda a cidade de Lyon e a selecção para o Festival Lumiéres permite

“É um prazer gigantesco e uma surpresa que este filme possa ter sido escolhido para integrar a secção Lumiere Classiques. Nós vamos te rum conjunto de encontros com distribuidores e exibidores para que a esta nova vida do filme não siga o que foi o seu destino em 1965. Este +e o mais importante festival de restauro na cidade onde o cinema nasceu e é a possibilidade deste filme pertencer à história do cinema mundial e já não só à história do cinema em Portugal”, concluiu Tiago Bartolomeu Costa.

Por Catarina Falcão

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