Carros e autocarros cheios de refugiados entram na Arménia a um ritmo desesperado. De acordo com Erevan, quase 85 mil pessoas deixaram Nagorno-Karabakh até esta sexta-feira, ou seja, mais de 70% da população. A ONU vai enviar uma missão humanitária e entrar no enclave pela primeira vez em 30 anos.
Robb Butler, enviado especial da OMS para a Europa, relata a situação no terreno:”Ouvimos falar de problemas de hipertensão, malnutrição, pessoas que precisam de primeiros socorros, idosos, pessoas com doenças crónicas que precisam de cuidados. Por isso, perguntámos muito especificamente quais as necessidades. Há algumas necessidades agudas que vamos tentar resolver e trazer mais fornecimentos. Mas há também algumas necessidades a médio e longo prazo. Estas incluem apoio ambulatório e de ambulância”.
A maioria dos refugiados precisa de assistência imediata, pois chegam com pouco ou nada: “Não consegui trazer sequer o meu passaporte, porque a minha sogra e o meu marido, que é deficiente, estavam em casa naquele momento. Só conseguimos tirá-los, e mais nada”, conta uma mulher.
A Rússia, que tem cerca de dois mil soldados na região desde a guerra relâmpago de 2020, vai agora discutir com o Azerbaijão o futuro desta força.