O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro negou ter consultado os principais líderes militares sobre a realização de um golpe de Estado para impedir Luiz Inácio Lula da Silva de assumir a presidência em janeiro.
Três membros da equipa jurídica de Bolsonaro afirmaram, numa declaração publicada nas redes sociais na quinta-feira, que Bolsonaro “nunca tomou qualquer medida que contrariasse os limites e garantias estabelecidos pela Constituição”.
Na quinta-feira, vários órgãos de comunicação social brasileiros informaram que o coronel Mauro Cid, amigo pessoal e ex-assessor principal de Bolsonaro, teria confirmado estes encontros em depoimentos à Polícia Federal.
Cid afirmou ter estado presente nessas reuniões, durante as quais o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, disse a Bolsonaro que os seus homens estavam prontos para atender o pedido.
Por sua vez, o comando do Exército afirmou que não ia aderir ao suposto golpe de Estado, indicou o jornal O Globo.
As declarações de Cid fazem parte de um acordo de colaboração alcançado com a Justiça, depois de ter sido detido em maio, no âmbito de uma operação de alegada manipulação de cartões de vacinação para poder contornar as restrições de circulação impostas pela pandemia da covid-19, somando-se ainda o escândalo das joias sauditas, para venda ou inclusão como bens pessoais de Bolsonaro.