A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, defendeu esta quarta-feira, nos Estados Unidos da América, a adopção de acções ousadas para fortalecer a forma como o mundo previne, se prepara, responde e recupera de emergências de saúde pública.
Ao intervir na reunião de alto nível sobre a prevenção, preparação e reposta a pandemias, no âmbito da 78ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, a governante considerou necessário que se retirem
lições da emergência sem precedentes da Covid-19.
Reconheçou os enormes esforços colectivos para controlar a actual pandemia, mas advertiu que não
se pode esquecer as grandes deficiências e as profundas inadequações na arquitectura da saúde a nível nacional e global.
Conforme a ministra, registou-se recentemente um aumento significativo na ocorrência de surtos
e emergências de saúde no Continente Africano, levando a um enorme impacto socio-económico.
Noutro domínio, disse que Angola reconhece as contribuições para reformar os regimes de governação, regulação e financiamento internacional para emergências de saúde pública e pandemias.
Para si, as actividades mais críticas são o trabalho do Órgão de Negociação Intergovernamental (INB) sobre o Acordo de Pandemia e os esforços dos Estados Partes no Grupo de Trabalho sobre o Regulamento
Sanitário Internacional para alterar o RSI de 2005.
“Esperamos que o actual diálogo global proporcione uma oportunidade para uma mudança de paradigma
na prevenção, preparação e resposta a epidemias e pandemias, dando prioridade à justiça, à sustentabilidade, à inclusão e à equidade”, disse.
Sílvia Lutucuta referiu, também, que os investimentos globais no sector ainda não conduziram a sistemas de saúde assentes nos cuidados primários
fortes, sustentáveis e resilientes.
“A recente crise da Covid-19 colocou em evidência as consequências devastadoras da negligência dos cuidados de saúde primários. Isto é exemplificado pelo retrocesso generalizado nos serviços de saúde e pela redução acentuada das imunizações de rotina em todo
o mundo, criando um círculo vicioso de vulnerabilidade, especialmente para grupos de alto risco de doenças”, disse.
Entende que os cuidados de saúde primários podem ser a chave para a equidade na prevenção, preparação
e resposta a pandemias, pelo que se deve restaurá-los e aproveitá-los como ponto de coordenação para a integração da prevenção, preparação e resposta a pandemias.
Sublinhou que um sistema de cuidados de saúde primários forte e resiliente, preparado para epidemias, é uma pedra angular para o progresso rumo à cobertura universal de saúde, à consecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e à segurança sanitária global.
“No nosso mundo interdependente, ninguém está seguro até que todos estejam seguros. Saudamos os esforços para promover a adopção de uma estratégia abrangente no combate às pandemias, reconhecendo os impactos complexos e de longo alcance que acarreta”, rematou.