O Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, exortou, esta sexta-feira, em Havana, os países do Grupo G-77+China a intensificarem a luta pelos seus direitos, para alcançarem o desenvolvimento sustentável.
“Só assim estaremos em condições de ocupar o nosso lugar de direito neste mundo”, afirmou o stadista cubano, no discurso de abertura da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, que congrega 134 estados, entre os quais Angola, representada no fórum pelo Presidente da República, João Lourenço.
O Chefe de Estado cubano considerou que a mudança do cenário mundial actual exige a construção de um mundo mais justo, verdadeiramente democrático e inclusivo, que privilegie a solidariedade e a cooperação internacional.
Miguel Díaz-Canel Bermúdez defendeu a mobilização de recursos necessários para apoiar os esforços dos países na consecução do seu desenvolvimento, restringido por séculos de exploração colonialismo e pilhagem.
“Mudar o cenário que vivemos exige a construção de um mundo mais justo, verdadeiramente democrático e inclusivo, que privilegie a solidariedade e a cooperação internacional”, exprimiu.
Para o Estadista cubano, é necessário quebrar as actuais barreiras internacionais que têm dificultado o acesso ao conhecimento por parte dos países em desenvolvimento e a utilização de factores determinantes para o progresso económico e social.
De acordo com Miguel Díaz-Canel Bermúdez, a cimeira da organização ocorre num momento em que a humanidade atingiu um potencial técnico-científico inimaginável, com uma extraordinária capacidade de gerar riqueza e bem-estar, em condições de maior igualdade, equidade e justiça .
Miguel Díaz-Canel referiu-se também à injusta ordem económica internacional e à arquitectura financeira global anti-democrática em vigor, bem como aos efeitos adversos das alterações climáticas e da degradação ambiental.
Lamentou ainda o facto de persistirem tensões e conflitos geopolíticos, insegurança alimentar e energética, volatilidade dos mercados e exclusão digital.
No meio deste cenário internacional complexo, acrescentou, os países em desenvolvimento continuam a esforçar-se para fazer avançar as suas prioridades de desenvolvimento nacional.
Neste sentido, o Presidente cubano considerou a ciência, tecnologia e inovação ferramentas essenciais para acelerar o ritmo da diversificação e transformação económica e aumentar a produtividade e a competitividade, para facilitar a plena integração dos países em desenvolvimento na economia global.
Após a cerimónia oficial de abertura do evento, que tem como foco o combate à pobreza nos países em desenvolvimento, vários Chefes de Estado ou seus representantes discursaram no debate geral, onde apresentaram pontos de vista sobre o desenvolvimento sustentável mundial.
O Presidente angolano foi o terceiro orador do debate geral, tendo defendido o acesso dos G77+China ao financiamento de longo prazo em condições favoráveis de reembolso, para que possam investir nas principais infra-estruturas, com ao seu desenvolvimento.
O programa de sábado prevê intervenções do Chefe de Estado do Brasil, Lula da Silva, do ministro dos Negócios Estrangeiros do Congo, Jean-Claude Gakosso, do ministro das Relações Exteriores do Zimbabwe, Frederick Shava, e de representações de organismos internacionais.
A Cimeira, que encerra sábado, conta com a presença de mais de 100 Chefes de Estado e de Governo do grupo e tem como tema “Desafios actuais do Desenvolvimento: Papel da Ciência, Tecnologia e Inovação”, com sessões de trabalho distribuídas por dois dias.