As chuvas torrenciais e as inundações na Líbia fizeram um número “enorme” de mortos, que se podem contar aos milhares. O alerta é de Tamer Ramadan, responsável da Federação dos Organismos da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
“As necessidades humanitárias ultrapassam a capacidade do Crescente Vermelho líbio e mesmo as capacidades do governo”, acrescentou Tamer Ramadan, em conferência de imprensa a partir de Tunes, Tunísia. “Razão pela qual o governo no leste do país lançou um apelo à ajuda internacional e nós também lançamos um apelo de urgências”, insistiu.
A tempestade Daniel atingiu o leste da Líbia no domingo à tarde, nomeadamente as localidades costeiras de Jabal al-Akhdar e Benghazi.
As autoridades do leste do país anunciaram ontem pelo menos 2.000 mortos provocados pela passagem da tempestade. Todavia há dúvidas quanto à forma como este balanço foi estabelecido.
Em Drena, a cidade mais afectada, há pelo menos 2.000 mortos e até 5.000 desaparecidos. Neste país fracturado entre dois poderes paralelos, os dados não foram confirmados por fontes médicas ou serviços de emergência.
Segundo o Centro líbio de Meteorologia, a precipitação ultrapassou os 400 mililitros por hora, um valor que não se registava há quatro décadas.
O leste da Líbia acolhe os principais campos e terminais petrolíferos. A Companhia Nacional de Petróleo decretou “estado de alerta máximo” e “suspendeu os voos” entre os diferentes locais de produções onde a actividade foi drasticamente reduzida.
Qualificado pelos peritos como fenómeno “extremo em termos de pluviosidade”, a tempestade Daniel já tinha feito pelo menos 27 mortos aquando da sua passagem pela Grécia, Turquia e Bulgária.
O chefe do Governo de Unidade Nacional Abdel Hamid avançou que um avião com ajuda médica e medicamentosa tinha sido deslocado para Benghazi para apoiar as zonas afectadas.
A missão das Nações Unidas na Líbia (Unsmil) declarou em comunicado que acompanha de perto a situação de emergência e manifestou “disponibilidade para fornecer apoio aos afectados”.