“Quem decide é a justiça, não o governo”, declarou o presidente, mas questionou adesão do Brasil ao TPI
Afinal, o que Lula disse de Putin não é bem assim. Depois de ter afirmado no fim de semana que o presidente russo não corria qualquer risco de detenção se viesse à cimeira do G20, no Rio de Janeiro, em 2024, o tiro foi retificado.
O presidente brasileiro declarou, esta segunda-feira, que cabe à justiça do Brasil decidir se o líder russo pode ou não ser detido, se se deslocar à cimeira. “Eu não sei se a justiça brasileira vai prender. Isso quem decide é a justiça, não é o governo, nem o parlamento”, declarou.
Lula foi mais longe: questionou a adesão do Brasil ao tratado que fundou o Tribunal Penal Internacional, que acusa Putin de crimes de guerra.
“Eu quero saber porque é que nós entrámos. A Índia não entrou, a China não entrou, os Estados Unidos não entraram, a Rússia não entrou… Eu vou saber porque é que o Brasil entrou”, resumiu.
O presidente russo é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, sob acusações relacionadas com a deportação de crianças ucranianas.
Putin não participou no encontro do G20 que decorreu na Índia, nos últimos dias, enviando em seu nome o responsável diplomático, Sergei Lavrov.