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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Cimeira do Clima em Nairobi: África vai apresentar a sua posição sobre o aquecimento global

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FONTE:Bloomberg

África vai apresentar soluções para a crise do aquecimento global numa declaração a ser assinada pelos Chefes de Estado africanos no dia 6 de setembro, na cimeira inaugural do Clima em África, em Nairobi, Quénia.

A declaração, a ser apresentada na reunião de Nairobi, servirá como apresentação formal do continente à cimeira climática das Nações Unidas COP28 no Dubai, Emirados Árabes Unidos, em finais de novembro. Vai também ser proposto que uma Cimeira Africana do Clima se realize de dois em dois anos.

Os líderes africanos, sob os auspícios da União Africana , vão se comprometer a triplicar a proporção de electricidade gerada a partir de fontes renováveis para 60% até 2030, em comparação com os níveis de 2019, de acordo com a Bloomberg.

Embora tenha um potencial abundante de energia solar, eólica e hidroeléctrica e seja apontado como uma futura fonte de hidrogénio verde, quase metade da população de África, ou 600 milhões de pessoas, não tem acesso à electricidade. Apenas 2% do investimento global em energias renováveis vai para África, segundo a versão actual do documento.

As indústrias verdes poderiam ser construídas e, dado que grande parte do continente está subdesenvolvida, poderiam ultrapassar a utilização de combustíveis fósseis, de acordo com o documento.

“África tem os fundamentos para se tornar um centro industrial verde e competitivo em termos de custos. África tem uma oportunidade única de prosseguir um caminho de desenvolvimento muito menos intensivo em carbono, se acompanhado de financiamento oportuno e tecnologia em grande escala.” Acrescenta o documento a ser assinado pelos líderes africanos.

O documento aborda também o papel que os chamados sumidouros de carbono de África – áreas florestais que absorvem carbono – desempenham no controlo das alterações climáticas.

Ao mesmo tempo que se oferecem para desempenhar um papel na luta contra as alterações climáticas, os líderes africanos vão sublinhar o impacto que as emissões causadas pelas nações desenvolvidas estão a ter nos seus países e a falta de financiamento a que têm acesso para construir centrais de energia renovável e reforçar infra-estruturas contra condições meteorológicas extremas.

“África está a aquecer mais rapidamente do que o resto do mundo e, se não diminuir, as alterações climáticas continuarão a ter impactos negativos no crescimento das economias africanas”, afirma o documento. “O acesso ao financiamento climático acessível continua a ser um dos maiores desafios para a ação climática.”

A declaração afirma que a maior parte da assistência assume a forma de empréstimos, apesar de muitas nações em desenvolvimento lutarem contra o peso da dívida. O documento critica também o Mecanismo de Ajustamento de Carbono Fronteiriço planeado pela União Europeia como sendo injusto porque tornará a exportação de bens produzidos em África com energia gerada com combustíveis fósseis menos competitiva, uma vez que serão impostas taxas.

Os líderes vão apelar ao aumento da produtividade agrícola e à atribuição de mais áreas terrestres e marinhas de África à conservação, bem como exigirem uma maior parte dos lucros dos projectos de compensação de carbono.

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