A Suécia é alvo de uma campanha de desinformação de “atores apoiados pela Rússia” com o objetivo de prejudicar a imagem do país candidato a entrar na Otan ao insinuar que apoiou uma manifestação recente que contou com uma queima do Alcorão, disse o ministro da Defesa Civil na quarta-feira.
A tentativa da Suécia de ingressar na Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia colocou o país no centro das atenções internacionais, enquanto uma série de protestos nos quais os manifestantes queimaram cópias do livro sagrado muçulmano enfureceram os muçulmanos em todo o mundo.
“A Suécia é alvo de uma campanha de desinformação apoiada por atores estatais e afins com o objetivo de prejudicar os interesses suecos e… os cidadãos suecos”, disse o ministro Carl-Oskar Bohlin a jornalistas em entrevista coletiva.
“Podemos ver como os atores apoiados pela Rússia estão amplificando declarações incorretas, como a de que o Estado sueco está por trás da profanação das sagradas escrituras”, disse ele.
“Isso é, naturalmente, completamente falso”, disse Bohlin, acrescentando que tais atores estatais tentaram “criar divisão e enfraquecer a posição internacional da Suécia”.
Não houve resposta imediata da embaixada russa em Estocolmo a um pedido de comentário sobre as declarações do ministro.
Cópias do Alcorão foram queimadas em várias manifestações na Suécia e na Dinamarca neste verão, causando indignação entre os muçulmanos e levando os manifestantes a invadir e vandalizar a embaixada sueca em Bagdá. A Dinamarca e a Suécia disseram que lamentam a queima do Alcorão, mas não podem impedi-lo sob as regras que protegem a liberdade de expressão.
A Turquia, que detém o poder de veto sobre a adesão da Suécia à Otan, condenou os protestos e pediu a Estocolmo que tome medidas contra os perpetradores.
Por Simon Johnson e Johan Ahlander