Os ministros da Energia dos países do G20 reuniram-se na Índia sem chegar a acordo sobre um calendário que permita reduzir progressivamente o recurso aos combustíveis fósseis (petróleo, gás, carvão).
Justificando o impasse, a Índia, que preside ao G20 (19 maiores economias do mundo e a União Europeia) até novembro, explicou que alguns dos membros queriam “uma redução contínua dos combustíveis fósseis” e não apoiada em dispositivos de captura ou armazenamento de carbono “de acordo com as diferentes circunstâncias nacionais”.
Outros membros do G20, segundo a presidência indiana, “têm uma opinião diferente sobre o facto de as tecnologias de captura e armazenamento de carbono responderem a essas necessidades”.
No final, a declaração do encontro em Goa não menciona sequer o carvão, um dos grandes contribuintes para o aquecimento do planeta, mas também uma das principais fontes de energia para países como a Índia, o mais populoso do mundo, e a China, segunda economia mundial.
A falta de acordo no seio do G20 acontece dois meses depois de os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) terem manifestado a vontade de acelerar o abandono dos combustíveis fósseis.
Uma coligação de 18 países liderada pelas Ilhas Marshall reclamou na sexta-feira “uma saída urgente dos combustíveis fósseis”.
Contudo, muitos países em desenvolvimento consideram que os países ricos, os maiores poluidores, devem financiar mais a transição energética.