Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, acaba de ser ilibado da acusação ocultação de 580.000 dólares depois de um ano de inquérito.
Esta sexta-feira, a Provedora de Justiça da República considerou que Ramaphosa não agiu de forma contrária à Constituição relativamente a um escândalo ligado a um roubo cometido numa das suas residências no norte do país em 2020, durante o qual se descobriu que o Chefe de Estado tinha escondido grandes quantidades de dinheiro líquido na sua propriedade.
Em Junho de 2022, este caso que foi revelado por Arthur Fraser, antigo chefe dos serviços secretos sul-africanos, abalou o executivo, ao ponto de se ter evocado a possibilidade de uma destituição do Presidente.
Arthur Fraser acusou o chefe do executivo de ter ocultado o roubo de dinheiro liquido durante um assalto em 2020, à sua residência em Bela-Bela na província de Limpopo, no Norte do país.
Na mesma altura, o Presidente sul-africano foi também acusado de ter tentado comprar o silêncio dos seus assaltantes, o que o tornou suspeito de branqueamento de capitais e corrupção.
O Presidente sul-africano e também líder do Congresso Nacional Africano que, durante todo este período, argumentou ser inocente, reconheceu que lhe tinham sido roubados 580.000 dólares, mas que este valor resultava de uma venda de búfalos que lhe pertenciam.
O caso assumiu proporções tão importantes que uma comissão de inquérito parlamentar chegou a considerar que Ramaphosa “poderia ter cometido violações e faltas” neste caso.
Depois de meses de polémica, em Dezembro de 2022, os deputados sul-africanos optaram contudo por não lançar nenhum processo de destituição.
Nesta sexta-feira, ao fim de um ano de inquérito, foi a vez de a Provedora de Justiça da República e do seu gabinete exonerarem o Presidente de qualquer suspeita de fraude. Apesar de esta instituição independente ter por missão contrabalançar o poder do executivo e investigar ou denunciar qualquer irregularidade por parte dos governantes, ela não tem a prerrogativa de instaurar processos.