O Presidente da República, João Lourenço, anunciou sexta-feira, na província de Malanje, que, em termos de produção de energia eléctrica, Angola está muito próximo de atingir os sete mil megawatts.
Segundo João Lourenço, que falava à imprensa no Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, na província de Malanje, o país está neste momento a produzir energia suficiente para a demanda, fruto de um programa que visa a sua industrialização.
“Tudo isso porque nós estamos à procura de industrializar o nosso país. Queremos mais indústrias, porque elas produzem bens, produzem serviços e dão bastante emprego. Não há indústria sem energia, não há indústria sem infra-estruturas”, afirmou João Lourenço.
Por outro lado, o Presidente da República também reconheceu que o país ainda precisa de fazer muitos esforços para melhorar a rede de transporte e distribuição de energia elétrica.
Apenas 42% de angolanos têm acesso a electricidade. As províncias do interior do país têm os níveis mais baixos de taxa de acesso, como o Bié, o Cunene e a Lunda Norte, que rondam os 10%., enquanto em Luanda a taxa de acesso é de 66%. A tarefa crítica do governo angolano é de responder à persistente falta de acessibilidade à eletricidade. Esta realidade funciona como travão ao desenvolvimento económico.
Nesse domínio, a situação em Angola é semelhante à maioria dos países africanos. Segundo a Agência Internacional de Energia, aproximadamente metade dos africanos não tem acesso à electricidade, enquanto 80% das empresas na Africa subsaariana sofreram frequentes cortes de electricidade com as consequentes perdas económicas.
O impulso por trás das actuais políticas e planos de investimento em Africa ainda não é suficiente para satisfazer em pleno as necessidades de energia das populações da Africa. Como reportamos num outro artigo no Portal de Angola, Africa recebeu menos de 1% do investimento mundial em energias renováveis.
Como o acesso a electricidade em muito baixo a nível doméstico, e as políticas para instalações de “cozinha limpa” continuam atrasadas em Angola e noutros países do continente em relação ao forte crescimento demográfico, o uso da biomassa sólida continuará a ser um pilar do cabaz energético para cozinhar. Isso traz consequências graves a nível do meio ambiente.
Por: José Correia Nunes
Director Executivo Portal de Angola