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Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Brasileiros estão mais preocupados com pobreza do que com mudanças climáticas, mostra pesquisa

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FONTE:BBC

Os brasileiros estão mais preocupados com pobreza e desigualdade social, crime e violência e corrupção do que com inflação, mudanças climáticas, conflito militar entre nações e covid-19.

Essa é a conclusão de uma pesquisa online global feita pelo Instituto Ipsos em 29 países entre fevereiro e março deste ano.

Segundo a sondagem, que ouviu 24.516 pessoas entre 16 a 74 anos no total, dos quais 1 mil no Brasil, a pobreza e a desigualdade social formam o tema apontado como mais problemático pelos brasileiros — citado por 41% dos entrevistados, contra 31% da média mundial. A pesquisa tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Além do Brasil, Bélgica, Holanda e Japão consideram a pobreza e desigualdade como sua maior fonte de preocupação.

A preocupação com a inflação lidera o ranking mundial — e tem sido assim nos últimos 12 meses, mas não no Brasil.

Entre fevereiro e março, quatro em cada dez pessoas (42%) ouvidas nos 29 países pelo levantamento consideraram a alta dos preços como o mais preocupante entre todos os 18 temas pesquisados, que vão desde inflação a acesso ao crédito, passando por pobreza e desigualdade social, crime e violência, corrupção, saúde, impostos, entre outros.

No Brasil, contudo, a inflação só foi apontada como preocupante por 28% dos entrevistados, portanto, abaixo da média mundial (42%).

Em relação à inflação, os argentinos foram os mais preocupados (66%), enquanto os indonésios (22%) os menos preocupados.

Segundo o levantamento, em fevereiro, pela primeira vez, mais da metade dos entrevistados na Colômbia, França e Austrália consideraram a subida dos preços como problemática.

No mês passado, Hungria, Estados Unidos, Coreia do Sul e Itália registaram o maior nível de preocupação, mas desde então esse índice caiu, com destaque para os húngaros, com redução de nove pontos percentuais na comparação mensal.

Além da pobreza e desigualdade e inflação, os brasileiros também demonstraram maior preocupação com crime e violência (36%) e corrupção política e financeira (31%) — em ambos os temas o índice nacional está acima da média global, respectivamente, 29% e 26%.

Em relação ao crime e violência, os sul-africanos foram os mais preocupados (59%). Já os poloneses, os menos preocupados (3%). Sobre corrupção política e financeira, a África do Sul também liderou o ranking (55%). Na outra ponta, aparece Singapura (3%).

No caso do desemprego, o Brasil está em linha com a média global. Dos entrevistados, 28% afirmaram que a falta de trabalho é preocupante, patamar similar ao restante do mundo.

Além da inflação, os brasileiros também se disseram menos preocupados com mudanças climáticas (9%), conflito militar entre nações (2%) e covid-19 (5%). Em todos esses tópicos, o índice nacional é inferior às médias globais de 15%, 10% e 6%, respectivamente.

No mês passado, pela primeira vez desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2010, mais da metade dos entrevistados brasileiros disse considerar que o país estava no rumo certo (56%).

isso tem a ver com o otimismo em relação ao novo governo, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas já dá sinais de que está cedendo após 100 dias do início do mandato.

O índice brasileiro, no entanto, é bem superior à média global. No mundo, apenas 38% consideram que seus países estão no caminho certo, e 62%, no caminho errado.

Nessa categoria, os mais otimistas são os indonésios — 83% acreditam que seu país está no caminho certo.

Já os argentinos são os mais pessimistas, com apenas 13% compartilhando uma visão positiva sobre o futuro do país.

A sondagem também verificou a opinião dos entrevistados quanto à situação econômica atual de seus países.
Entre os brasileiros, 32% avaliaram como “boa” e 68% “ruim”, um pouco abaixo da média mundial de 33% e 67%, respectivamente.

A melhor avaliação positiva veio de Singapura, com 77% considerando como “boa” a situação econômica de seu país. Na outra ponta, estão os japoneses e os argentinos — em ambos os países, 91% dos entrevistados descreveram-na como ruim

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