A liderança do movimento rebelde M23 comprometeu-se, esta sexta-feira, em cessar as hostilidades em toda a região Leste da República Democrática do Congo (RDC), a partir das 12 horas do dia 7 de Março do ano em curso.
Segundo comunicado da Presidência da República a que a ANGOP teve acesso, o comprometimento do movimento rebelde é o resultado das diligências efectuadas pelo Presidente João Lourenço, que enviou esta sexta-feira, 3, à RDC, uma delegação angolana chefiada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, Francisco Furtado.
Os resultados das diligências com o M23, conforme o comunicado, foram transmitidos ao Chefe de Estado da RDC, Felix Antoine Tshisekedi Tshilombo.
“Na sequência da deliberação da Mini-Cimeira sobre a paz e segurança na região dos Grandes Lagos realizada em Addis Abeba, Etiópia, a 17 de Fevereiro de 2023, uma delegação angolana tem mantido contacto com a liderança do M23 desde o dia 28 de Fevereiro do corrente ano”, lê-se no documento.
A fiscalização do cumprimento da cessação das hostilidades, adianta, será da responsabilidade do Mecanismo Ad Hoc de Verificação.
Angola apela às partes a cumprirem com a letra e o espírito das decisões das várias cimeiras sobre o processo de paz e segurança na região Leste da RDC.
Recorde-se que durante a referida cimeira, os Chefes de Estado e de Governo mandataram o Presidente João Lourenço, em coordenação com Uhuru Kennyatta, facilitador designado pela Comissão da África Oriental, a manter contacto com a liderança do M23.
Durante a mini-cimeira, os estadistas reiteraram a necessidade da implantação do Plano Conjunto para a resolução da crise naquela região da RDC.
O Plano Conjunto para a resolução da crise no Leste da RDC é o principal instrumento para o desanuviamento das tensões e a normalização das relações político-diplomáticas entre a RDC e o Rwanda e prevê a cessação das hostilidades, em geral, e, em particular, dos ataques do M23 contra as Forças Armadas da FARDC e a MONUSCO.
O Plano Conjunto também estabelece o acantonamento e desarmamento do M23, o regresso dos deslocados internos às suas áreas de origem, assim como o retorno dos refugiados congoleses no Rwanda à RDC, no quadro do Roteiro de Luanda. VM