O sector da saúde no Cuando Cubango necessita de reforço de pelo menos 500 médicos das mais variadas especialidades, para melhorar a qualidade de assistência médica e medicamentosa, aos mais de 700 mil habitantes da província.
O dado foi tornado público hoje, quinta-feira, pelo director provincial da Saúde, João Chihinga, quando apresentava o estado do sector aos deputados do círculo eleitoral provincial do MPLA, tendo informado que o sistema de saúde está assegurado por apenas 108 médicos, quando a OMS recomenda um médico por cada mil habitantes.
Na ocasião, o responsável pelo sector da saúde no Cuando Cubango solicitou aos deputados para levarem a preocupação à entidade de direito sobre a necessidade de médicos especializados em neurocirurgia e maxilofacial, para acudir casos pontuais dos cidadãos que procuram os serviços de saúde na principal unidade hospitalar de Menongue.
O responsável disse que o sector regista igualmente constrangimentos da falta de infra-estruturas adequadas, desde o gabinete provincial, assim como outras unidades hospitalares, apontando a necessidade de conclusão das obras dos hospitais sanatório e municipais do Calai e do Cuito Cuanavale.
João Chihinga aponta igualmente para a necessidade de conclusão das obras de ampliação do hospital pediátrico, falta de água canalizada no Hospital Geral do Cuando Cubango, falta de bloco operatório na maternidade provincial, que tem dificultado o atendimento de doentes com necessidade de operação.
Fez saber que, de forma geral, a província do Cuando Cubango conta com 116 unidades sanitárias, 818 camas, mil e 85 enfermeiros, 250 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 301 técnicos de apoio hospitalar.
Disse que as doenças mais frequentes são a malária, as diarreicas agudas, respiratórias agudas, entre outras, relatando que em 2022 houve um surto de sarampo que afectou mais de três mil crianças dos zero aos cinco anos, mas já está na fase de estabilização, uma vez que se fez a vacinação de bloqueio que permitiu controlar a epidemia.
Assegurou que neste momento a província não regista casos de Covid-19, realçando que há um trabalho de vacinação que é realizado diariamente em todos os pontos da província. Também não houve o registo de casos de meningite.
Quanto ao VIH/SIDA, informou que em 2022 houve o registo de 485 casos e 55 óbitos, ao passo que a tuberculose contabilizou 738 casos e 58 óbitos. Relactivamente a má nutrição foram registados mil 421 casos, resultando em 68 óbitos.
Em resposta, O coordenador do núcleo dos deputados do círculo provincial do Cuando Cubango, João António Lineha, disse que em todas as instituições o problema anotado tem a ver com a degradação física das infra-estruturas de saúde, sendo necessária uma intervenção para haver equilíbrio entre a procura e o trabalho prestado pelos profissionais de saúde.
Outro problema, segundo o deputado, é a insuficiência de recursos financeiros que não tem sido capaz de colmatar todas as dificuldades do sector, prometendo levar para a discussão em sede de Orçamento Geral do Estado para o exercício económico de 2024.
“Levamos como anotações para em sede de discussão do OGE de 2024 fornecer dados suficientes para a discussão e que o mesmo venha com a capacidade de minimizar as várias dificuldades e problemas que o sector enfrenta”, sublinhou.
O parlamentar assegurou estar anotado todas preocupações e serão apresentados à Comissão de Especialidade que trata de Direitos Humanos, Petições e Reclamações dos Cidadãos para que haja alguma intervenção do Executivo.
A província do Cuando Cubango, segunda maior no país, com uma extensão territorial de 199.049 metros quadrados, está localizada no sudeste do país, tendo como capital Menongue, possui mais de 700 mil habitantes, distribuídos em nove municípios.MSM/JSV/PLB