Diversos jornais dos Estados Unidos decidiram não publicar mais a famosa tirinha cômica “Dilbert”, depois que seu criador, Scott Adams, publicou um vídeo referindo-se à população negra como “grupo de ódio”.
Adams ganhou fama na década de 1990 com o quadrinho “Dilbert”, uma crônica contundente do mundo do trabalho, e seus comentários sobre temas sociais têm sido cada vez mais polêmicos.
Em seu programa veiculado na última quarta-feira (22) no YouTube, o cartunista de 65 anos fez comentários sobre uma pesquisa recente da Rasmussen Reports que mostrava que apenas uma pequena maioria de pessoas negras entrevistadas afirmava estar de acordo com a afirmação “é ok ser branco”.
“É um grupo de ódio e não quero ter nada a ver com eles”, afirmou. “Tal como estão as coisas neste momento, o melhor conselho que eu poderia dar aos brancos é: afastem-se dos negros”, acrescentou o cartunista.
A USA TODAY Network, responsável pela publicação de centenas de jornais nos Estados Unidos, anunciou, na noite de sexta-feira (24), que “já não vai mais publicar a tirinha” devido “aos últimos comentários discriminatórios de seu criador”.
Chris Quinn, editor do Plain Dealer em Cleveland, Ohio, também disse na sexta que “não foi uma decisão difícil” para a sua publicação deixar de publicar a tirinha. “Não acolhemos quem defende o racismo”, acrescentou.
No sábado (25), o Washington Post disse que o quadrinho não estaria mais presente em suas páginas a partir de agora, mas que já não havia tempo hábil para evitar sua publicação nas edições do fim de semana.
“Devido às últimas declarações de Scott Adams que promovem a segregação, o Washington Post não vai mais publicar a tira cômica Dilbert”, disse um porta-voz do jornal.