Os EUA podem se tornar incapazes de pagar as suas dividas entre julho e setembro, estimou o Congressional Budget Office, dando aos legisladores vários meses para chegar a um acordo sobre a suspensão do limite da dívida e evitar uma crise grave que teria repercussões na economia mundial. O CBO emitiu o seu alerta juntamente com um relatório sobre o orçamento federal e as perspectivas econômicas para a próxima década.
Com o tecto legal da dívida à vista, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse ao Congresso em janeiro que o departamento havia começado a tomar “medidas extraordinárias” para cumprir as suas obrigações depois de ultrapassar o limite de empréstimos de US$ 31,4 trilhões.
No entanto, o CBO, órgão apartidário do governo que analisa a política fiscal para o Congresso, disse que as chamadas medidas extraordinárias podem expirar antes de julho se suas expectativas de receita tributária forem baixas. “No longo prazo, as nossas projeções sugerem que mudanças na política fiscal devem ser feitas para lidar com o aumento dos custos dos juros e mitigar outras consequências adversas da dívida alta e crescente”, disse Phillip Swagel, diretor do CBO.
Os republicanos, que assumiram recentemente o controle da Câmara, e o presidente Biden estão num impasse sobre o aumento do limite legal da dívida este ano. Os republicanos exigem que o aumento do limite da dívida seja acompanhado de cortes na despesa pública. A Casa Branca e os democratas no Congresso rejeitaram a possibilidade de cortes de gastos, argumentando que os legisladores deveriam aumentar o limite da dívida sem quaisquer outras condições.
Em declarações recentes, em Maryland, o Presidente Biden declarou “Não negociarei se pagaremos ou não nossa a dívida”. Acrescentando “Os republicanos não devem fazer política com a vida das pessoas e com toda a fé e crédito dos Estados Unidos”.
A falha dos EUA em pagar as suas contas atempadamente pode levar os mercados financeiros a uma queda livre e causar estragos ainda maiores na economia mundial, já a braços com a inflação, o aumento das taxas de juros pelos Bancos Centrais e as consequências da guerra na Ucrânia.
Por: José Correia Nunes