O mercado cambial registou, em Outubro deste ano, a depreciação da moeda nacional em relação ao dólar norte-americano em 10,6%, resultante da redução da receita de exportação petrolífera em 16,5%, no terceiro trimestre deste ano.
Em função disso, o Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA), que esteve reunido esta sexta-feira, na província do Uíge, decidiu manter a taxa de juro em 19,5 %, a de facilidade permanente de cedência de liquidez em 21 por cento, assim como a taxa de juro da facilidade de permanente de absorção de liquidez em 15 por cento.
No encontro, o governador do BNA, José de Lima Massano, disse que os fundamentos macroeconómicos continuam animadores, justificando que o sector externo da economia tem vindo a beneficiar da melhoria dos termos de troca, com a conta de bens a registar um saldo superavitário de 27,59 mil milhões de dólares norte-americanos, em termos acumulados até Outubro de 2022, um aumento de 59,31%, comparativamente a igual período de 2021.
Esse desempenho, continuou, reflecte o aumento do valor das exportações em 54,80%, que excedeu o crescimento de 46,7% observado nas importações.
Entretanto, o saldo superavitário da conta de bens registou, no terceiro trimestre deste ano, uma redução de cerca de 18 %, face ao trimestre anterior, resultante da queda do valor do valor das exportações globais em 12 %, em particular do sector petrolífero.
Sobre as reservas internacionais, José de Lima Massano disse que se situaram, no final do mês de Outubro, em 13,41 mil milhões de dólares norte-americanos, traduzindo-se na cobertura de sete meses de importações de bens e serviços.
Em relação à actividade financeira, comparativamente a Dezembro de 2021, destaca-se o crescimento de 10,30 % do stock de crédito concedido em moeda nacional, apesar da preocupação com o crédito malparado que em Outubro deste ano fixou-se em 19,74 %.
No domínio monetário, disse que a trajectória da base monetária em moeda nacional continua consistente com objectivo de política monetária, tendo registado uma variação de 0,83% no mês de Outubro deste ano. Em termos acumulados, observou-se uma contracção de 4,72 %.
O responsável afirmou que a inflação continua numa trajectória descendente, ao atingir 16,7 % no mês de Outubro deste ano, abaixo da taxa de 18,2% do mês anterior e de 26,9% do período homólogo. Justificou que o recuo da inflação foi influenciado pelo curso de política monetária e pela estabilidade da oferta de bens essenciais de amplo consumo.
Face à constatação, disse que o CPM continuará a orientar as suas políticas com sentido de manutenção do actual curso de desaceleração da inflação, com o objectivo de alcance da variação anual do índice de preços do consumidor nacional de um dígito.
ANGOP