Porta-vozes da guerrilha do ELN expressaram “expectativas positivas” depois da retomada das negociações de paz com o governo colombiano, em entrevistas divulgadas nesta terça-feira (22) pela televisão estatal da Venezuela, onde as negociações foram reiniciadas na segunda-feira depois de quase quatro anos de paralisação.
“Temos expectativas positivas”, disse Aureliano Carbonell, um dos representantes do Exército de Libertação Nacional (ELN), ao canal VTV.
Delegados do governo de Gustavo Petro e do ELN assinaram na segunda-feira uma declaração na qual concordam em “reiniciar o processo de diálogo com plena vontade política e ética”, atender às demandas de “territórios rurais e urbanos que sofrem violência e exclusão” e “construir a paz” com “mudanças tangíveis urgentes e necessárias” a serem acordadas na mesa.
Essa declaração, afirmou Carbonell, “marca um rumo, envia uma mensagem positiva de que vamos fazer o máximo de esforços para avançar nas mudanças na Colômbia e, portanto, na paz”.
A Venezuela, país mediador do processo junto com Cuba e Noruega, é o palco desses primeiros contatos, que durarão três semanas.
Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia e ex-guerrilheiro, reativou contatos com o ELN após chegar ao poder em 7 de agosto.
As negociações com o grupo rebelde foram suspensas em janeiro de 2019 pelo então presidente Iván Duque, após um ataque a uma academia policial que deixou 22 mortos, além do agressor.
As conversas haviam sido iniciadas pelo governo de Juan Manuel Santos (2010-2018), que assinou um acordo de paz em 2016 com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), desmobilizada e convertida em partido político.