A imprensa francesa classificou o dia como “quinta-feira negra” nos transportes públicos de Paris devido a uma greve no sector para reclamar o aumento dos salários. A central sindical CGT também convocou uma paralisação nos outros sectores profissionais para pedir subidas salariais face à inflação nacional que ultrapassa os 6%.
Cinco linhas de metro fechadas, muitas com o tráfego limitado às horas de ponta e apenas as linhas automáticas a funcionarem normalmente. Redução drástica também da circulação dos comboios interurbanos e dos autocarros. Os trabalhadores da empresa RATP, que gere os transportes públicos em Paris, denunciam a degradação das condições de trabalho, pedem o aumento dos salários e o recrutamento de efectivos.Além disso, eles temem as consequências da intenção da RATP abrir as linhas de autocarros à concorrência até 2025.
A greve acontece um dia depois de o Parlamento ter aprovado que o antigo Primeiro-ministro, Jean Castex, passe a assumir a liderança da empresa.
Marselha também está a ser fortemente afectada pela paralisação dos transportes públicos, assim como Grenoble onde a greve começou há seis dias.
A central sindical CGT alargou o apelo à greve aos outros sectores dos serviços públicos para reclamar aumentos de salários e a idade da reforma aos 60 anos. A mobilização acontece num contexto de tensão social crescente depois de uma paralisação de quatro semanas nas refinarias francesas.
Desde a greve de finais de 2019, quando os transportes públicos em Paris estiveram encerrados por mais de um mês, que uma paralisação geral não perturbava tanto a capital francesa.
RFI