Morte de Pascoal Nguala, de 42 anos, está a revoltar o maior grupo de ativistas de Malanje, a Resistência Malanjina. A polícia ainda não se pronunciou sobre o caso, enquanto se aguardam os resultados da autópsia.
Membros da associação cívica mais sonante em reivindicações sociais da província de Malanje, a “Resistência Malanjina”, estão revoltados com a morte do ativista cívico Pascoal Nguala, de 42 anos, natural do Cuanza Norte. O líder do grupo, Jesse Lourenço, exige das autoridades explicações mais claras.
“É uma situação que deve a toda a medida ser explicada. A morte deixou-nos muito revoltados. Vamos esperar por esclarecimentos posteriores tanto da polícia de investigação criminal como dos órgãos afetos ao processo”, frisou.
Envenenamento?
Para amigos e familiares, a causa da morte do secretário provincial do movimento estudantil no Cuanza Norte é apenas umas: “envenenamento”. “As circunstâncias em que ele morreu são de alguma maneira estranhas”, considera Sidrak Peres.
Um colega de Nguala, Helder Neto, não tem dúvidas sobre a causa da morte. “Há indícios de envenenamento segundo as pessoas que tiveram contacto pela primeira vez com o cadáver. Disseram que o malogrado sangrou pelas narinas, espumou pela boca”, descreveu. “Esses sintomas após a morte é que levantaram indícios de que possa ter sofrido envenenamento”, disse.
Uma mensagem enviada à DW África pelo deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) pelo círculo do Cuanza Norte, Francisco Falua, afirma: “Vamos ajudar na busca de esclarecimento desta morte misteriosa e honrar a sua memória, seguindo o seu exemplo”.
Perseguições contínuas
Segundo o ativista Hélder Neto, Nguala, que era professor, foi continuamente vítima de perseguiçõessempre que se realizavam manifestações no Cuanza Norte.
“Ele foi um daqueles expoentes que liderava constantemente as manifestações, então não é de se estranhar que venha a sofrer estas perseguições”, considerou.
Apesar das ameaças, o movimento cívico “Resistência Malanjina” promete continuar a lutar pelas causas sociais.
“Não pretendemos baixar [os braços] ou curvar-nos perante essas situações de intimidação. Vamos continuar, vamos manter as nossas vozes firmes, e esperar que as nossas posições não descambem em assassinatos, não descambem em envenenamentos”, reforça Hélder Neto.
A DW África tentou, sem sucesso, ouvir o Serviço de Investigação Criminal, que aguarda pelos resultados da autópsia do corpo levada a cabo pelos peritos do Instituto de Medicina Legal em Luanda.
Fonte DW
Por Nelson Camuto