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Terça-feira, Novembro 26, 2024

Foguete russo preparado para colocar satélite angolano em órbitra

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O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Augusto Oliveira, afirmou, nesta segunda-feira (10), em Moscovo, Rússia, que estão criadas todas as condições técnicas para o lançamento em órbita, amanhã, do Angosat-2.

Estas declarações foram prestadas após a chegada do ministro, que se faz acompanhar de uma delegação de alto nível e do embaixa-dor de Angola na República Federativa da Rússia, Augusto da Silva Cunha.

Na ocasião, Mário Oliveira salientou que a equipa de avanço já se encontra na ci-dade de Baikonur, Cazaquistão, onde está localizada a rampa de lançamento do foguete que vai transportar o satélite até ao espaço.

O ministro, que se desloca hoje para Cazaquistão, onde será efectuado o lançamento, reiterou que todos os procedimentos técnicos foram aprovados e o satélite está em condições de ser lançado, amanhã, em órbita.

Questionado se há algum risco de acontecer com o Angosat-2 o mesmo que sucedeu com o primeiro satélite angolano, o governante mostrou-se optimista, sublinhando: que”a indústria satélite é complexa e é dentro desta complexidade que temos que ver as questões probabilísticas. Todas as acções técnicas foram acauteladas, mas a tecnologia é feita por homens”.

A propósito, disse crer, tendo em conta a experiência que agrega na área das Telecomunicações e Tecnologias, bem como pelas informações reportadas a si pela equipa técnica que trabalha com a parte russa de que tudo vai correr bem.

Sublinhou que estão criadas todas as condições, in-clusive do ponto de vista atmosférico. As condições atmosféricas, previstas para amanhã, acentuou, são boas e o satélite tecnicamente foi aprovado em todos os testes feitos em terra.

“Tudo vai correr bem e Angola vai ter o satélite de comunicações, que vai contribuir para a melhoria e expansão das Telecomunicações no país e com ele associados outros serviços como Internet, Telecomunicações que vão contribuir para a modernização administrativa do Estado, a Educação, TeleSaúde e TeleMedicina, da própria indústria no país e da Agricultura”, frisou.

Para o ministro Mário Oliveira, há um conjunto de serviços que, com a entrada em serviço do Angosat-2, poderão dar um contributo muito grande para a melhoria e modernização destes serviços.

Formação de quadros com a Rússia

Questionado sobre o acordo de cooperação com a Rússia no domínio da formação ao nível do programa espacial, Mário Oliveira lembrou que Angola tem trabalhado com a Federação Russa ao longo desses anos todos na formação de quadros angolanos.

Neste momento, por exemplo, disse, há técnicos angolanos a trabalhar não apenas na fase de construção do satélite, mas também no Centro de Controlo de Emissão de Satélites na Funda, em Luanda.

“Temos jovens preparados e certificados que estão em condições de manter a operacionalidade do satélite com a cooperação russa. Estamos no bom caminho e o facto não se constituirá em nenhum problema, no que toca à operação e gestão do satélite quando estiver em órbita”, observou.

Quanto à perspectiva de outros satélites, Mário Oliveira disse: “estamos a falar do primeiro satélite, é prematuro, hoje, falarmos de um outro, muito breve”.

O Angosat, explicou, não aparece isoladamente, faz parte de um programa que inclui a Rede Nacional de Fibra Óptica e a Rede de Fibra Óptica Submarina. “O Angosat é uma componente desse ecossistema com vista à melhoria das comunicações do país”, esclareceu.

Quanto à diferença entre o Angosat-1 e o 2, o ministro das Telecomunicações explicou que do ponto de vista de cobertura não há grandes diferenças. O Angosat-1, referiu, previa cobrir África toda e uma parte significativa da Europa, mas de lá para cá, reforçou, a indústria satélite modernizou bastante e surgiram novas bandas, nomeadamente, a Banda K-A que não estava prevista no Angosat-1, mas inclusa neste segundo satélite. O que apontou como uma das grandes novidades neste satélite.

Astronautas angolanos é uma possibilidade

Em entrevista à Ria-Novost, a segunda maior agência de notícias da Rússia, Mário Oliveira aventou a possibilidade de Angola colocar os primeiros astronautas nacionais no espaço com o apoio da Rússia.

Durante a entrevista, o ministro foi confrontado com a possibilidade, no futuro, de Angola colocar os primeiros astronautas no espaço com ajuda da Rússia: “É possível sim. Temos jovens que estão a formar-se no capítulo da Ciência Espacial e o país entrou no mundo da Ciência Espacial, onde tudo pode acontecer. Angola abraçou convénios relacionados com a autorização do espaço para fins pacíficos e dentro deste quadro é possível um futuro, não sabemos quando, mas pode acontecer”.

Angola e a Rússia têm uma cooperação que culminou com a construção e colocação em órbita do Angosat-2 e, nesta perspectiva, as coisas têm corrido com a maior naturalidade. “É uma relação estreita possível. Nisto conseguimos chegar a um estágio em que temos o satélite pronto a ser colocado em órbita”, realçou.

“A relação é boa e estamos em crer que vamos ter sucesso e a colocação em órbita do Angosat-2”, prosseguiu Mário Oliveira.

Questionado sobre as sanções que a Rússia tem vindo a sofrer desde Fevereiro de 2022, decorrentes do conflito com a Ucrânia e se afectam as relações entre os dois países, o ministro recordou que a situação é de fórum diplomático. “Angola tem uma Embaixada na Rússia e, nos canais próprios, acredito que as partes têm conversado”, concluiu.

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