Apenas quatro dos noves administradores propostos receberam luz verde do regulador. Um foi recusado e continua o processo para os restantes.
As contas do Banco Económico continuam na gaveta. Depois de ter sido comunicado que estariam disponíveis até 9 de Setembro, passaram três semanas e ainda não foram publicadas. Também o novo conselho de administração ainda não foi aprovado na totalidade pelo BNA, embora o PCA, Pedro Cuchinho, e o PCE, Carlos Duarte, já tenham luz verde do regulador.
De acordo com o que o Expansão apurou, quatro dos nove novos administradores do Banco Económico já tiveram a aprovação por parte do BNA, mas existem algumas dúvidas quanto aos restantes. Um deles terá sido mesmo recusado, sendo que a informação do banco central é clara – ou resolve a inconformidade ou terá de ser substituído. Isto implica a convocação de uma nova assembleia geral, tal como aconteceu por exemplo no BAI, para aprovação de um novo nome para administrador. Já relativamente aos restantes quatro, não foram recusados, mas está a juntar-se mais informação ou foram solicitados mais esclarecimentos.
No entanto, este é um processo que o BNA quer ver tratado com alguma rapidez, sendo que dentro de duas/três semanas no máximo, conforme foi confirmado ao Expansão, o conselho de administração, todo, já terá de estar em pleno funcionamento. Acrescente-se que não houve nenhum banco que tenha aprovado todos os nomes do seu conselho de administração numa primeira abordagem, sendo que alguns ainda estão a “arrumar” as suas equipas. As novas regras chocaram com uma prática de muitos anos e, na verdade, os bancos comerciais não estavam habituados a este modus operandi.
Já relativamente à apresentação de contas, o que pressupõe uma situação de irregularidade, o Banco Económico não publica relatórios e contas desde 2018, sendo que faltam as contas de 2019, 2020 e 2021. Estas já foram aprovadas em assembleia-geral, havia uma questão por resolver porque o auditor independente não assinava devido a dúvidas que não via respondidas, mas foi-nos garantido que esta fase foi ultrapassada. Ainda assim já passaram três semanas sobre a data avançada depois da assembleia-geral, e os relatórios continuam guardados.
Uma fonte ligada ao processo garantiu que a aprovação do conselho de administração por parte do BNA não tem nada a ver com a publicação das contas, são duas coisas diferentes, pelo que as contas já deveriam ser públicas. A decisão da sua publicação já deveria ter sido tomada pela equipa que geriu o banco até agora, e sabendo-se que o PCA, Pedro Cuchinho, e o PCE, Carlos Duarte, já foram aprovados pelo BNA, poderiam estes assumir esta decisão.