No dia do arranque de mais um ano lectivo no ensino geral em Angola, jovens com o ensino médio concluído na província da Huíla em diferentes áreas do saber e muitos deles candidatos à universidade queixam-se da dificuldade de acesso ao primeiro emprego.
Começar a trabalhar pelo menos com o ensino médio concluído é o sonho de muitos que clamam por mais empregos.
Eduardo Chitata sonha em integrar os quadros da saúde e por isso aguarda por um concurso público no sector.
“Também fiz a candidatura para o concurso público darei o meu melhor para que no concurso público seja admitido”, afirma.
Entre os jovens há quem depois de fazer uma formação profissional tenta inserir-se no mercado de emprego que se mostra avesso à oferta.
Matilde José conseguiu um crédito através do Fórum Angolano de Jovens Empreendedores (FAJE) para fazer avançar o seu negócio e alimentar esperanças.
“É boa-valia para nós jovens que não temos como conseguir e a partir de agora vou poder fazer mais coisas e comprar material que não consegui antes”, admite.
O académico Isaac Calenga alerta que atender os jovens nesta altura em maioria com oferta massiva de emprego será o grande desafio do próximo Governo que terá de saber desenhar políticas públicas eficazes para acudir o problema.
Ele também apoia os subsídios de formação, “uma política válida para os jovens poderem continuar a sua formação e conseguirem ter uma estabilidade académico-profissional a curto e médio prazo”.
Para o economista José Makuva, a massificação do emprego para os jovens só será possível com políticas públicas que “reduzam o papel do Estado no desempenho da economia, porque numa economia livre o homem ou sobrevive a partir do emprego ou a partir do auto-emprego”.
Refira-se que, apenas como referência, mais de nove mil candidatos concorrem a 1.885 vagas na Universidade Mandume Ya Ndemufayo.