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Sábado, Setembro 21, 2024

Adalberto Costa Júnior diz que a vitória da UNITA é a ruptura com o sistema político do partido único

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Em mais um acto de massas, desta vez em Malanje, um bastião da MPLA, onde a UNITA nunca elegeu um deputado, o presidente da UNITA foi desafiar os eleitores a manterem o voto se se sentirem bem governados, mas se sentem que os imensos recursos da província não os beneficiam de forma directa, então devem votar no três.

Odiscurso de Adalberto Costa Júnior continua a fazer-se à volta de temas centrais como a eleição directa para Presidente da República, as eleições autárquicas, a lei das terras, as irregularidades com os cadernos eleitorais e a atitude, que a UNITA designa por “crime”, do ministro da Administração do Território que entrou à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) um ficheiro que não foi devidamente auditado e expurgado de eventuais irregularidades, e que a CNE entrou ao Tribunal Constitucional (TC). Entretanto, a CNE continua sem publicar os cadernos eleitorais e a fazer uma interpretação própria da lei.

Também por isso, Adalberto Costa Júnior e a multidão que o apoia continuam a pedir “eleições livres e justas”.

E o presidente da UNITA, “o capitão da selecção nacional”, como diz Abel Chivukuvuku, capaz de governar um povo que não é “um só povo e uma só nação”, mas um mosaico multicultural, insiste que o seu partido, que integra nas listas membros da UNITA, PRA-JA Servir Angola, Bloco Democrático, e membros da sociedade civil, é a força partidária agremiadora capaz de “realizar angola e os angolanos porque sabemos conversar entre diferentes”, disse, e acrescentou que é uma força partidária para fazer “uma ruptura com o partido único no poder, uma ruptura com o sistema política actual, uma ruptura completa”, sublinhou Adalberto Costa Júnior.

E com isso contrariar um “poder vertical que está longe do cidadão, que é a causa do sofrimento do nosso povo”, e por isso mesmo, exortou: “Basta de partido único, queremos democracia, queremos alternância, queremos legalidade, queremos instituições credíveis”.

“Não se deixem enganar pelas mentiras de quem se habituou a mentir ao povo, eleições é festa, se foi bem governado continua com quem governa bem, se não te trouxeram nada disso, então é hora do povo dizer: fora”.

“As eleições são a oportunidade de o povo decidir a quem deve dar o poder, é uma escolha de um de vós”, e pediu que a escolha, a 24 de Agosto, venha a ser no número três.

Numa acção de campanha em diálogo com a multidão, com várias interacções, Adalberto Costa Júnior falou mais uma vez de uma saúde de proximidade, não de grandes hospitais bem equipados, mas de centro de saúde nas zonas rurais.

Lamentou profundamente que Angola não tenha um programa eficaz para debelar a doença que mais mortes provoca no país: a malária. A malária e o paludismo são ainda flagelos no país, duas doenças endémicas que teimam em persistir, fez questão de lembrar Costa Júnior.

Teve ainda tempo para dizer que o Kwenda não é uma solução, mas que a UNITA não acabará com o Kwenda se for poder, no entanto, considerou que o problema da fome no país não se resolve com programas como o Kwenda, não se resolve “dando dinheiro às pessoas” em tempo de campanha eleitoral.

E depois explicou porque é que a eleição directa para a Presidência da República está, de alguma forma, ligada à melhoria das condições de vidas das populações.

“Não vamos pensar que vamos resolver o problema da fome dando dinheiro para comer, não é assim que se resolve o problema da fome, temos alguns programas, que chamamos estruturantes, vamos mudar a Constituição, estamos a pedir um voto de confiança ao povo angolano e nós vamos devolver direitos”, disse, e prosseguiu: “uma das medidas essenciais é a eleição directa do presidente da República” para acabar com um presidente eleito à boleia das listas do parlamento e para que seja um presidente que possa vir prestar contas ao parlamento.

Não deixou de se referir ao facto do Presidente João Lourenço, e depois de ter dito que não faria uma revisão da Constituição, a ter feito “sozinho”.

“Vamos fazer uma revisão da Constituição (pediu Adalberto a João Lourenço), não vou mexer na Constituição (disse-lhe João Lourenço), e mexeu. E falou com quem quando mexeu? Trabalharam sozinhos. É uma enorme irresponsabilidade mexer na Constituição e não dialogar com a sociedade”, disse o presidente da UNITA.

E com a eleição directa para a Presidência da República – depois da alteração da Constituição -” o Presidente vai ser obrigado a ir parlamento prestar contas e começa a ser fiscalizado pelos que vai buscar ao estrangeiro, empréstimos sem autorização do parlamento”, porque quem paga esse dinheiro são todos os angolanos.

Adalberto Costa Júnior ainda chamou a atenção para: “qual é o partido que está a fazer campanha rica? E dinheiro saiu de onde?”, por essa altura a multidão gritou: “do nosso bolso”.

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