Em comunicado, o partido liderado por Filomeno Vieira Lopes, explica as suas opções do seu partido, que deixará de representação parlamentar autónoma, uma vez que alguns dos seus elementos concorrem na lista da UNITA.
“A Comissão Política do Bloco Democrático comunica à opinião pública nacional e internacional que, em função dos entendimentos com outras forças políticas nacionais para a alternância do poder, o Bloco Democrático não vai concorrer com sigla própria, nem coligada, nas presentes eleições gerais” de 24 de Agosto, confirma o comunicado.
Mas não foi um acto irreflectido, o Bloco Democrático (BD) fala em “tremendo esforço patriótico de concentração de votos para a alternância, pela conquista da maioria de Deputados à Assembleia Nacional”.
O comunicado do BD diz ainda que espera que na Assembleia Nacional, e num futuro próximo, contribua com “debates sobre as leis e matérias que correspondam a vontade da maioria do povo, para mudar o regime ditatorial que dura há 47 anos e instaurar um verdadeiro Estado Democrático de Direito”.
Por tudo isto, alguns “membros do Bloco Democrático integrarão a lista da UNITA que resultou do espírito da FPU (Frente Patriótica Unida)”, com vista à construção plataforma democrática em todo o país.
“Nesse sentido da conjugação patriótica de esforços, os 12 membros do Bloco Democrático que integram as listas da UNITA, encabeçados pelo seu vice-presidente, Justino Pinto de Andrade, suspenderam, em conformidade com a lei, a sua militância no Partido”, clarifica-se.
E, acrescenta o comunicado, “o presidente do partido, Filomeno Vieira Lopes, e o secretário-geral, Muata Sebastião, por decisão aceite no Conselho Nacional e para o contínuo funcionamento normal das estruturas não farão parte da lista, mantendo o Bloco Democrático a orientação política saída da sua IVª Convenção Nacional e que assegura o cumprimento dos acordos para a alternância do poder”.
E “em consequência deste formato de participação na lista da UNITA, o Bloco Democrático, na próxima legislatura, deixará ser formalmente um partido com assento parlamentar”, assumindo-se assim os 12 elementos da UNITA – o que forem naturalmente eleitos – como “deputados independentes”, que vão “manter a linha do partido expressa nos acordos para a Reforma do Estado, da alteração da Constituição e das leis antidemocráticas e da defesa sagrada das causas e lutas sociais”.
Ou seja, o partido assume uma espécie de sacrifício, de imolação política, numa tentativa de concentrar votos para que haja uma maioria diferente na Assembleia Nacional, no fundo, o comunicado do BD assume aquela que é, provavelmente, a questão essencial que presidiu à elaboração das listas da UNITA e que Adalberto Costa Júnior já vocalizou, em entrevista à Voz da América. “Tivemos a coragem de submeter uma lista que abriu espaço a outras realidades políticas”, disse o presidente da UNITA.
O BD “espera que todas as forças envolvidas e respectivos membros, incluindo a sociedade civil, entendam com integridade a profundidade do interesse nacional em jogo nestas eleições de 2022, contra os interesses partidários e de grupo”, e apela à união de todos para “vencer” e “viabilizar” Angola e “realizar” os angolanos.