O Presidente francês Emmanuel Macron rejeitou, esta quarta-feira, qualquer “complacência” em relação ao “agressor” russo na invasão da Ucrânia, mas disse que o homólogo ucraniano Volodimir Zelensky vai ter “em algum momento” de negociar com Moscovo para acabar com a guerra.
Em visita à Roménia, o Presidente francês respondeu às críticas da Ucrânia e de alguns países da Europa de Leste por ter falado em “não humilhar” Moscovo para permitir uma solução diplomática para o conflito. Emmanuel Macron garantiu, esta quarta-feira, o apoio a Kiev mas pediu que não se enveredasse por uma “escalada verbal” contra a Rússia porque a consequência poderia ser a guerra.
Na base militar de Costanta, na Roménia, onde a NATO tem um contingente de 800 soldados, 500 dos quais franceses, Emmanuel Macron admitiu que “esta visita acontece num contexto muito grave, o de uma guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”. O chefe de Estado francês, que lidera a presidência rotativa da União Europeia, acrescentou que se conseguiu “manter a unidade dos europeus” para apoiar a Ucrânia e impor sanções à Rússia.
No entanto, Emmanuel Macron alertou que o presidente ucraniano terá, “a dada altura”, de negociar com o homólogo russo para calar as armas. O Presidente francês acrescentou que “a única saída do conflito é uma vitória militar da Ucrânia ou conversações que permitam um acordo entre a Ucrânia e a Rússia”, pelo que, “a dada altura, vai ser preciso falar”.
Macron chegou esta terça-feira à Roménia e é esperado, esta quarta-feira, na Moldávia, país que muitos temem ver arrastado para a guerra. Fontes diplomáticas avançaram à agência Reuters que é possível que o Presidente francês se desloque, esta quinta-feira, a Kiev, na companhia do chanceler alemão Olaf Scholz e do primeiro-ministro italiano Mario Draghi. O Palácio do Eliseu não confirmou, até ao momento, a informação.
Até esta sexta-feira, a Comissão Europeia deve divulgar a sua recomendação sobre o estatuto da candidatura da Ucrânia à União Europeia.