Lucas Miranda, 15 anos, foi asfixiado até à morte e enforcado, para simular um suicídio, por dois colegas do centro de acolhimento Tabor, em Palmela, num plano gizado entre os três. O Ministério Público acredita que os arguidos, Leandro e Ricardo, então com 16 e 17 anos, cometeram o crime pelo prazer de matar e de ver a vítima em agonia, aproveitando o estado depressivo de Lucas, que tinha pedido para que o matassem.
O crime ocorreu a 15 de outubro de 2020 e o corpo foi descoberto em fevereiro de 2021. O plano passava por asfixiar Lucas até à morte, a seu pedido, e enforcá-lo para simular o suicídio aos olhos da polícia, mas a gravidade traiu os arguidos. O ramo do sobreiro que segurava o corpo cedeu e Lucas tinha os joelhos no chão um dia depois do crime. Os dois arguidos decidiram então retirá-lo da árvore, enrolar o cadáver num lençol e deitá-lo num poço.
O crime foi planeado no início desse mês. A vítima queixava-se de estar farto da vida e pediu aos colegas para o matarem. Leandro e Ricardo acederam. Dois dias antes, Leandro asfixiou Lucas até este perder os sentidos. Quando recuperou os sentidos, Lucas pediu para que o matasse dessa forma. No dia do crime, os três dirigiram-se para a zona de mato junto ao centro Tabor e Leandro asfixiou Lucas até à morte. Depois, com a ajuda de Ricardo, enforcou Lucas num sobreiro.